A ideia de selar o matrimônio com uma linda cerimônia faz parte do imaginário de boa parte dos casais. Mas se a maioria ainda prefere celebrar com inúmeros convidados, outras pessoas têm escolhido uma cerimônia bem mais intimista, na verdade, a dois. É o chamado de Elopment Wedding, que tem tudo que uma festa de casamento tem, menos convidados. Vestido, terno, decoração, comes e bebes e, claro, fotos lindas dão o tom dessa celebração que também garante uma baita economia para aqueles que não querem gastar tanto nesse momento.
Essa nova modalidade de cerimônia geralmente é realizada em um local remoto e paradisíaco e pode ser uma opção no momento de renovação de votos.
Origem
A palavra elope, em tradução do dicionário oxford significa: fugir secretamente para casar. E vem do século XVI, quando os noivos fugiam para se casar a fim de geralmente evitar impostos ou imposições de família. A prática aumentou com a promulgação do Marriage Act 1753 (ato do matrimônio, em tradução livre), que proibia casamentos informais que não pagassem impostos ao governo, impedia que pertencentes a coroa se casassem com parceiros de outras classes sociais, e ainda que menores de 21 anos se unissem em matrimônio sem o consentimento dos pais. Nesse momento, muitos ingleses fugiram para a Escócia para se casar secretamente.
A escritora britânica Jane Austen, em sua obra Orgulho e Preconceito, de 1813, já escreveu sobre o elopment, especificamente quando a personagem Elizabeth fala sobre o casamento de sua irmã com o personagem Wickham: Minha irmã mais nova deixou todos os amigos, e casou escondida; se jogou no poder do senhor Wickham, em tradução livre.
Famosos
Apesar das turbulências do passado, casar a dois nunca esteve tão em alta, tanto que vários famosos tem optado por esse tipo de cerimônia, como é o caso de Sthefany Brito e Igor Raschkovsky, que uniram laços na Itália; e Di Ferreiro e Isabelle Fontana, que se casaram nas Maldivas. Já para renovar os votos, alguns exemplos são: Rafa Brites e Felipe Andreoli, que celebraram a renovação em Las Vegas, e Otaviano Costa e Flávia Alessandra, na Tailândia.
Capixabas na moda
A tendência saiu do mundo das celebridades para conquistar quem vive no Espírito Santo, como é o caso da empresária Loyane Makmmyllan, que se casou com o também empresário Arnaldo Pontes, em uma cerimônia apenas para os dois e as filhas, numa chácara, em Viana. Loyane explica que antes da cerimônia, ela e o noivo já eram casados no civil há 8 anos, mas a vontade de fazer uma cerimônia era grande. Tudo aconteceu quando ganhei um concurso para ter um Elopment Wedding, uma proposta maravilhosa com tudo organizado só pra gente, explica a empresária, acrescentando que mesmo antes do concurso já cultivava a vontade de fazer uma cerimônia mais intimista.
Em fevereiro deste ano Loyane subiu ao altar, e garante que não se arrepende, pois sem gasto com os convidados pôde investir em profissionais que considerava os melhores no mercado para o seu grande dia. A melhor parte disso tudo foi ter esse dia como meu e do meu marido. Curtimos cada momento, foi mágico, compartilha ela.
A jornalista Kamila Rodrigues também aderiu à novidade do casamento a dois, e se casou com o neurocirurgião Paulo Mariano em setembro do ano passado, em uma viagem para Santorini, na Grécia.
Kamila já estava organizando todos os preparativos para sua cerimônia tradicional, com direito a baile e convidados, quando, após conversar com o parceiro, resolveu mudar de ideia. Ele me sugeriu a viagem, mas revelei o meu desejo de usar o vestido noiva, e de ter fotos de casamento. Ele, então, disse: Por que não unimos todas essas vontades?. A verdade é que ele achava que iria só fazer o ensaio fotográfico em Santorini. Mas uma semana antes contei que tinha aperfeiçoado a proposta dele, e fechado o Elopment Wedding, conta a jornalista.
Vivemos intensamente todos os momentos que envolveram a cerimônia, nos dedicamos um ao outro e só tínhamos olhos para nós. Nada, nem ninguém desviou nosso foco, conta Kamila sobre as vantagens de um casamento intimista. Além disso, ela também conta que, mesmo com a viagem, o casal gastou um terço do que estava previsto para a cerimônia tradicional, que comportaria 200 convidados. Como os gastos foram menores, decidimos até estender a lua de mel - que seria apenas na Grécia - para a Itália e a França, revela.
A jornalista indica esse tipo de casamento pra todo mundo, e avalia que além de muita emoção envolvida, o Elopment deixou uma lição para ela e o marido: a importância de viver momentos sozinhos. Aprendemos sempre a fracionar a atenção. Se viajamos com os filhos, nas férias, a dedicação e o planejamento são voltados para eles, se viajamos a trabalho, o foco é outro... E com a experiência do nosso enlace, decidimos que, anualmente, uma viagem será dedicada apenas a nós dois, finaliza ela.
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