Que criança ou adolescente não gosta da hora do recreio? Ajustadas as aulas on-line é hora de ir além. Algumas instituições estão apostando no recreio virtual, momento no qual as crianças interagem, contam sobre a rotina, compartilham o que estão fazendo, enviam emojis, lancham e riem juntos. "Algumas mostram seus animais de estimação. Aqui em casa temos uma cachorrinha e adoro mostrar para os meus amigos", conta a Gabriela Britto, de 7 anos.
A pequena diz ainda que aproveita o intervalo das aulas para conversar com os amigos e até combinar jogos virtuais em conjunto. E ela não é a única. Os irmãos Sofia Maria e Felipe Sarandy Magalhães, de Vila Velha, também aproveitam para conversar com os amigos que não encontram desde o início da pandemia. "Minha filha fica no celular vendo vídeos, e o meu filho conversando e jogando com os amigos. São dois recreios que a escola adotou", conta a mãe Andreia Santesi Sarandy. Já Maria Eduarda Bassetto, de 10 anos, já tocou no violino sua música preferida durante o recreio online. "Todos ficaram felizes. Este momento está sendo especial pois posso ver na tela meus amigos. Estava com muitas saudades, foi a melhor notícia das aulas on-line", conta, entusiasmada.
Com todos em casa, é normal a necessidade deles quererem conversar entre si, matar a saudade, e até trocar experiências sobre o isolamento social. "As professoras perceberam que alguns alunos se mostravam tristes e outros querendo muito falar durante as aulas. Assim, após reuniões com os alunos, percebemos a necessidade da escola promover momentos de socialização, pois muitos estão praticamente sem contato com outras crianças. Para diminuir esse sentimento de solidão e favorecer a socialização, criamos os recreios virtuais", explica o diretor pedagógico da escola Leonardo da Vinci, Mário Broetto.
Os intervalos são de 20 a 30 minutos entre 2 e 3 vezes por semana, mas são momento flexíveis e opcionais. Segundo ele, além de contribuir com aspecto social da educação, o recreio virtual faz até com que os momentos de aula sejam mais produtivos. Como eles extravasam parcialmente a necessidade de conversarem e interagirem durante o recreio virtual, nos momentos de aulas on-line estão mais calmos e aceitam melhor o combinado de desligarem microfones e câmeras, para que os professores consigam trabalhar os conteúdos, relata.
Para Patrícia Esquerdo, coordenadora pedagógica do 2º ao 5º ano do Colégio São José, o momento também é uma oportunidade de amenizar os impactos do confinamento na vida dos alunos. "Eles se encontram, conversam, jogam, podem lanchar e até dar uma pausa do computador. O recreio virtual dura 30 minutos". Ela conta que o colégio também tem apostado em atividades lúdicas com intuito de diminuir o estresse na família e na rotina das crianças. "É um momento para aproveitarmos. Alguns alunos inclusive têm gravado vídeos falando o sentimento durante esse período".
Livia Britto, mãe da Gabriela, conta que fez um cronograma semanal com as atividades, incluindo as aulas on-line, e atividades como o recreio online. "A falta de um contato mais próximo com os colegas realmente faz falta. Mas a rotina escolar acaba sendo bem substituída se a criança tiver uma rotina de horários bem estabelecida dentro do ambiente de casa. O recreio virtual é muito bom para as crianças se divertirem e manterem a convivência nesse período de isolamento", conta.
A administradora de empresas Simoni Bravin diz que o contato da filha Maria com os amigos é muito importante. "Estamos em Araguaia neste momento de isolamento, então ela sente saudades dos amigos e já chorou com saudades de algumas professoras também", revela.
Já na casa de Andreia, os filhos aprenderam inclusive a mexer na ferramenta de vídeo. "Além de conversarem eles também aproveitam para fazer o dever de casa juntos e marcar hora de estudar. Um tira a dúvida do outro", conta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta