Os tempos são outros. E os tipos de encontros também. A empresária Juliana Brasil, 34 anos, agora se reúne com as amigas pela tela do celular. Todas juntas e no mesmo horário. "Conversamos sobre vários assuntos e também planejamos o que vamos fazer (presencialmente) quando tudo isso passar", conta.
Desde que a pandemia do coronavírus se instalou no país e a campanha #fiqueemcasa ganhou força, o brasileiro adotou novos hábitos para os eventos sociais. Do almoço de família ao bate-papo entre amigos, novas alternativas foram criadas diante das restrições a reuniões presenciais. Tudo com ajuda da tecnologia.
Além das amigas, e das reuniões com as funcionárias, a Juliana também mata a saudade dos tios e avós que moram no Estados Unidos através das vídeoconferências. "É um momento de muita descontração e demonstração de carinho. Mostramos que temos saudades e que tudo vai se resolver, mas que sentimos falta um do outro", confessa.
Fã de tecnologia, a engenheira Juliana Prado Costa, 38 anos, conta que já tinha experimentados várias ferramentas como o Zoom, Gotomeeting, Whereby e Skype, antes da quarentena forçada. "O Zoom virou meu parceiro para viabilizar o trabalho. No segundo dia de quarentena expliquei para minha filha de 3 anos o que estava acontecendo, e ela disse que queria ver os amiguinhos. Não pensei duas vezes, conversei com os pais e alguns aceitaram prontamente. Eles ficaram em torno de 30 minutos conversando, mostrando brinquedos, aprendendo que tem que ficar na frente da câmera para funcionar. Colocamos uma mensagem no grupo da turminha dela com sugestão de horário, os pais confirmam e a gente entra", explica.
Já com os amigos acontece o tradicional happy hour. "Nossos sócios estão em Boston. Então abrimos uma cerveja daqui, eles de lá e incorporamos dois amigos de São Paulo. Foi bem divertido, acalma o coração e distensiona. Claro que não substitui o encontro presencial, mas é uma alternativa muito válida neste momento".
A tecnologia se torna protagonista inclusive nos negócios neste momento. "Ofereci ajuda voluntária ao grupo de mulheres que fazem negócios comigo e fizemos rodadas do método de análise e solução de problemas (MASP) para ajudar a pivotar o negócio nesse momento. Não buscamos solução milagrosa e sim retirar a cabeça mergulhada nas preocupações para ofertar uma hora de criatividade com outras empresárias, colocando a experiência de todas à disposição. Temos empregos para cuidar, a nossa sanidade mental para manter em equilíbrio e ainda a família para administrar. É fundamental estarmos unidas e produtivas nesse momento", ressalta a engenheira.
Para matar a saudade do filho Gustavo, que mora em Nova York, e foi testado positivo para o Covid-19, a pedagoga Luiza Lopes usa plataformas como Zoom e FaceTime. "Falo com ele três vezes ao dia! Eu pude ver e acompanhar todo o processo. Hoje ele já não está mais tendo febre e está se cuidando e nós continuamos nos falando. Abençoada tecnologia!".
Ela conta que, com a orientação de ficar em casa, a necessidade de criar aproximação aumenta. "Utilizar os recursos que a tecnologia nos oferece e que nos permite ver, ouvir e sentir o parente querido mesmo que não presencialmente é fundamental". Tanto que os encontros com a família, que mora em várias cidade de Minas Gerais e São Paulo, agora ocorrem com frequência. "Conseguimos reunir também grande parte da família , para fazermos oração com a condução do meu pai que tem 88 anos e mora no interior de Minas Gerais. Momento emocionante ver papai olhando para aquelas carinhas nas janelinhas do (programa) Zoom. Ferramenta essa que não havia usado antes da pandemia".
Já com o filho ela começou a fazer aulas de inglês pelo FaceTime, todos os dias pela manhã. "Temos nos divertido muito ! Descobri que tirar o foco do problema ajuda a mente a relaxar e dar espaço para um bem-estar interno".
A empresária Elayne Borel tem usado a tecnologia para encontros virtuais tando de negócios, como para a filha Alice matar um pouco a saudade dos avós, que moram alguns quarteirões de distância de sua residência, em Vila Velha. "Tenho falado todos os dias com os meus pais por vídeo chamada. A minha filha fica cerca 40 minutos mostrando o dia a dia, as brincadeiras e eu também compartilho do meu trabalho. Assim matamos um pouco a saudade", conta.
Já com outras empresárias, que tem uma rede de contato, ela fala que a forma dos encontros também mudou, devido a pandemia. "Nossos encontros sempre foram presenciais, mas por conta do coronavírus adaptamos para as plataformas online. Usamos a videoconferência. Acho fundamental essa ferramenta para os dias de hoje", ressalta.
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