Jéssica Carvalho Vieira Gomes, mais conhecida como Kika Carvalho, é uma das principais artistas da nova geração. Formada em Artes Visuais, ela já trabalhou com teatro, carnaval, arteterapia e é educadora social, além de pintar painéis e fazer exposições. Pra mim, arte funciona como uma porta para diálogos. É a minha forma de construir imageticamente um texto que busca pontuar questões que eu avalio como importantes. O meu trabalho fala muito sobre violência, violação de direitos, medo e manutenção de poder. Tenho tentado ir para caminhos mais leves de tratar essas questões, mas no geral são elas que aparecem no meu trabalho de forma direta ou indireta, conta. Recentemente, junto com o Vão Coletivo, foi responsável pela maior pintura de protagonismo infanto-juvenil do Espírito Santo. Foram 500m² de pintura na comunidade do Morro do Quadro, onde as crianças participaram de todos os processos, desde a criação dos desenhos até a pintura. Ela também costuma dar oficinas para diversos públicos, utilizando as linguagens recorrentes da intervenção urbana como pintura mural, lambe-lambe e adesivo. E é co-fundadora do Coletivo DasMina, primeiro coletivo exclusivamente de mulheres nas artes urbanas da cidade. Surgiu do propósito de emancipar a atuação das mulheres na intervenção urbana de Vitória. De pequenas coisas, como simplesmente chamar a outra pra pintar junto, até promover eventos de participação coletiva. Entre os seus sonhos está conhecer alguns países da África e do Oriente Médio. Creio que será uma grande conexão.
Os meus sketchbooks costumam ser parte importante dos processos de criação. Na maioria das vezes tudo começa com um esboço ou frases soltas e até mesmo uma única palavra.
O quadro da artista Eva Bracamontes. Em 2014 participei do festival Nosotras estamos en la calle, em Lima, Peru. Conheci várias artistas incríveis da América Latina e Central. Troquei um trabalho com a Eva, artista mexicana, e guardo com muito carinho pela admiração que tenho pelo trabalho dela e por essa viagem inesquecível que fez ampliar a percepção de vivência coletiva.
O livro Entre os muros da cidade. Para mim, enquanto artista, foi muito importante ter o meu trabalho reconhecido ao ponto de ter um capítulo dedicado exclusivamente a minha produção dentro do recorte do grafite na cidade de Vitória. É importante que nós mulheres possamos nos olhar e entender que podemos ocupar todos os espaços.
A Waji, que ganhei da Tatiana Rosa no ano passado. Ela comprou em Belo Horizonte, num Congresso de História e Cultura Iorubá, e guardou. Achou que tinha tudo a ver comigo por conta da minha pesquisa sobre a cor azul. Muita gente quando vê algo relacionado a cor me envia/mostra, assim minha pesquisa fica mais potente.
A pipa. É um dos protótipos de um trabalho novo que venho desenvolvendo com muito carinho. Na primeira fase serão 4 tipos de Brasões em forma de pipa distribuídos nas comunidades de Vitória. Creio que será uma vivência muito bonita.
A câmera fotográfica que ganhei da minha vó Aracy em um dia de visita na casa dela. Enquanto ela me mostrava algumas fotos de viagem com o meu avô (segundo casamento dela), disse que era muito feliz com ele e que as viagens eram os momentos mais felizes da vida. É um objeto que me remete ao amor e a saudade de alguém querido que já se foi.
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