Há cinco meses, quando a Itália vivia o auge da pandeia no coronavírus, a bióloga, pesquisadora e consultora em eco-epidemiologia e sustentabilidade, Sabrina Simon, que vive em Turim, compartilhou um vídeo nas redes sociais falando sobre as fases da quarentena que foi do clima de férias ao silêncio.
"Quando a epidemia começou no Brasil, eu me surpreendi ao perceber a semelhança na maneira como ela iniciou aqui na Itália: o clima de férias que levou as pessoas a fazer conteúdo engraçado para as redes sociais, e a até reproduzir coisas que aconteceram aqui, como música nas janelas e aplausos aos profissionais da saúde. Aí percebi que nós já não estávamos mais nesse espírito, e foi aí que me toquei de que as coisas evoluem. E foi possível identificar as fases", explica.
Ela relata que o período após a quarta fase foi de uma reabertura tímida e da população ainda receosa no retorno à vida normal. "Muitos de nós continuamos na rotina da quarentena mesmo 15 dias depois da reabertura, e só gradualmente fomos vendo que as coisas estavam gradualmente retornando. Em geral a população não se descuidou das orientações de uso de máscara, distanciamento e outras coisas. A grande maioria permanece obedecendo rigorosamente às normas de segurança", diz.
Sabrina conta como está a vida na Itália atualmente. "Converso com outras pessoas e não acreditamos que as coisas voltarão a ser como eram antes. É fácil perceber que estamos nos adaptando a essa nova realidade e nos acostumando com as regras de segurança e bom senso. Já viajei bastante por aqui e em todos os lugares que fui as pessoas estão se comportando de forma muito semelhante".
As praias estão lotadas, mais do que o normal, já que a maioria dos italianos ficou no país para aproveitar o verão. Museus geralmente só abrem dois ou três dias na semana, deixando de 10 a 15 pessoas entrarem de cada vez, em visitas podem durar no máximo 90 minuto. E várias partes do acervo foram isoladas por oferecerem algum risco de contaminação aos visitantes. Escolas infantis funcionaram durante o mês de julho com um número reduzido de alunos. "Digo que a vida está 'quase' normal, mas ao mesmo tempo os italianos não esqueceram o susto que levaram e não baixaram a guarda. Já nos acostumamos inclusive com o uso da máscara".
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