Não é fácil enfrentar esse período de isolamento. É complicado para adultos, crianças, idosos, para todo mundo. Os pequenos, então, não conseguem entender bem a situação e começam a ficar angustiados por não sair de casa. E, muitas vezes, os pais acabam também transmitindo para eles sua própria ansiedade.
O psicólogo da Unimed Vitória Vinícius Grassi destaca que é muito importante estar atento aos sentimentos das crianças neste momento de distanciamento social. "É preciso dar todo o acolhimento, explicar de forma leve e lúdica o que está acontecendo, ouvir o que elas têm a dizer e buscar formas de deixá-las mais confortáveis com a situação".
O psicólogo explica que é um grande desafio para os pais conseguir lidar com a ansiedade dos filhos, especialmente, os menores. "Até porque os pais também estão sob pressão. Então, este é o momento de praticar bastante a empatia em família, um entendendo o comportamento do outro, tendo paciência nos dias em que a criança não estiver bem ou se sentir irritada. Essa irritação é normal num período tão difícil quanto o que estamos vivendo", esclarece.
Ele destaca também que não vale a pena estabelecer muitas regras para o dia a dia ou ser muito rigoroso na cobrança dos estudos, por exemplo. "Tente manter uma rotina minimamente organizada, mas sem se cobrar demais caso nem sempre as coisas saiam do jeito previsto. Em relação à escola, não é o momento de muitas cobranças. Pense que os pequenos estão vivendo, assim como nós, uma situação totalmente atípica. Não faz sentido ser muito rigoroso agora. O que eles precisam, como todo mundo, é manter a saúde mental".
O diálogo neste momento é fundamental. Use linguagem simples e adequada para falar com as crianças. Explique, quantas vezes for necessário, o que está acontecendo e como todos precisam colaborar com paciência e compreensão.
Deixe a criança falar também, manifestar seus sentimentos. E demonstre que entende o que ela diz e como sente.
Tente organizar minimamente a agenda diária das crianças, especialmente, no caso dos estudos em casa. Mas não se cobre se não conseguir dar conta de tudo todos os dias.
O ócio será inevitável. Converse com a criança sobre esses momentos em que não haverá nada para fazer. Diga que também sente tédio, mas que todos precisam aprender a lidar com isso.
Façam algumas brincadeiras juntos, atividades em família. Desenho, música, dança, pintura, quebra-cabeça, jogos de tabuleiro, tudo isso ajuda a distrair e aproxima a família.
Seja mais flexível quanto ao que podem fazer dentro de casa, claro, dentro dos limites de segurança. Se for possível, disponibilize a varanda ou quintal para as brincadeiras que precisem de mais liberdade.
Faça videoconferências com amigos e familiares, avós, ou pessoas que a criança tenha afinidade.
Tente inserir os pequenos em algumas de suas atividades domésticas, na hora de cozinhar ou mesmo na organização da casa. Faça com que eles se sintam úteis e participativos.
Não permita que elas recebam informações excessivas sobre o momento atual. As crianças precisam apenas saber o suficiente para compreender a situação.
No dia em que elas "surtarem" ou não estiverem bem, respire fundo e compreenda. Vai passar. É um reflexo do confinamento. A oscilação emocional é bastante natural.
Façam as refeições juntos. É uma boa oportunidade para compartilhar tempo de qualidade com as crianças.
Você é o modelo de comportamento que espera do seu filho. Portanto, manter a calma, a organização e o respeito é fundamental neste momento.
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