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Seu filho se alimenta mal? Especialistas dão dicas do que fazer

Seu filho se alimenta mal? Especialistas dão dicas do que fazer

Nutricionista revelou que rejeição da criança a alimentos é normal; veja dicas de como tornar o alimento mais atrativo para os pequenos

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 16:43

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Outra função importante das frutas é ajudar a regular o sistema digestivo do seu filho
Outra função importante das frutas é ajudar a regular o sistema digestivo do seu filho. (Reprodução | Pixabay)

Alimentação saudável é fundamental para o crescimento e desenvolvimento das crianças, mas, conforme vão crescendo, elas tendem a resistir a determinados alimentos. Para as mamães e os papais de plantão, a preocupação é a mesma: o que fazer para conseguir introduzir os alimentos saudáveis no cardápio dos pequenos?

À Revista.AG, a nutricionista Renata Branco chamou a atenção para a importância da alimentação nutritiva nessa idade. A profissional deu dicas importantes sobre o assunto, e falou sobre como inserir esses alimentos na dieta das crianças de forma criativa. "A alimentação saudável na infância é o que vai determinar um envelhecimento saudável", comentou.

A nutricionista Renata Branco
A nutricionista Renata Branco . (Instagram | @renatabranconutri )

A profissional ainda revelou que a rejeição da criança a alimentos é normal, e que a fase mais comum para isso acontecer é nos 2 anos e na fase pré-escolar. "O processamento sensorial é o responsável por organizar o significado das sensações, seja um toque, um sabor ou um cheiro maravilhoso de um prato", acrescentou. Ela separou oito dicas para facilitar e estimular a alimentação saudável. Veja abaixo:

  • 01

    Não desista

    Quando a criança rejeitar algum alimento não desista de apresentá-lo novamente, tente mudar a textura, a forma de preparo do alimento ou um temperinho diferente. Não deixe essa seletividade da criança se tornar um problema na introdução alimentar. A melhor solução é ter calma, não demonstrar nervosismo e caprichar, pois ela vai levar na memória para o resto da vida dela os sabores.

  • Recomendado é que as crianças a partir dos 6 meses de idade comecem a ingerir alimentos sólidos

    02

    Porções adequadas

    Uma alimentação saudável não significa uma alimentação cara ou de difícil acesso. Fazem parte de uma alimentação de verdade, a maioria dos alimentos “in natura” sem ser industrializados, tais como: feijão, arroz, milho, trigo, frutas, legumes e verduras, sementes e castanhas, onde devem ser consumidos em porções adequadas todos os dias para garantir os nutrientes essenciais ao organismo. Sempre visando descascar mais e desembalar menos.

  • 03

    Vitaminas

    Calorias vazias só irão trazer problemas à saúde. Para o crescimento saudável do seu filho, a qualidade é mais importante do que a quantidade. Além de macronutrientes como proteínas e carboidratos, a criança precisa das vitaminas e minerais para seu desenvolvimento. Por isso, se seu filho não quiser comer, não troque por um lanche (pães, biscoitos, bolos, massas, embutidos), espere um outro momento e ofereça um outra refeição saudável.

  • Frutas em diferentes formados ficam mais atrativas para as crianças, afirmam especialistas

    04

    Tornar alimento atrativo

    Existem várias receitas atrativas e práticas que podem ser feitas. Usar os alimentos para fazer desenhos como flores, carinhas... Se um tipo de preparação não agradar, não é porque ele não gosta daquele alimento, pode ser simplesmente a textura. Lembrando: nunca desista de oferecer os alimentos a seu filho e não o alimente próximo da televisão ou tablet, pois a comida será empurrada e ele não aprenderá a se alimentar de forma saudável.

  • Recomendado é que as crianças a partir dos 6 meses de idade comecem a ingerir alimentos sólidos

    05

    Paciência e autonomia

    Paciência nessa fase é o principal. Dê a colher ou o garfinho para ele ter o prazer de se alimentar sozinho e sempre mostre os alimentos a ele. Faça que a refeição seja um momento agradável para ele.

  • Fazer com que seu filho participe da elaboração dos pratos é uma das dicas

    06

    Não force

    Se o seu filho recusar algum alimento, não force ou ameace, ou até mesmo utilize recompensas. Devemos sempre ter criatividade nos pratos e persistência. Mesmo a criança recusando aquele alimento, não deixe de colocar no prato dele. Muitas mães gostam de fazer misturinhas escondendo os legumes e verduras, não tem problema fazer isso! Mas não deixe de sempre apresentar aquele alimento ao seu filho. Faça com que ele participe da elaboração dos pratos, leve-o ao hortifruti ou supermercado, assim você irá despertar a curiosidade da criança e gerar um momento descontraído em família. Lembre-se: nunca associe a alimentação a algo negativo.

  • 07

    Ofereça frutas

    Sempre que possível, ofereça a fruta e não o suco para a criança ter mais contato com o alimento e ingerir as fibras daquela fruta. Nos dois primeiros anos de vida, alimentos não saudáveis como açúcar e alimentos industrializados não devem ser oferecidos. Eles reduzem o apetite e competem com alimentos mais nutritivos, além de determinar o paladar dos filhos muitas das vezes até a idade adulta. Vale lembrar que os alimentos industrializados recebem aditivos para ressaltar o sabor, gerando sensações que não estão presentes nos alimentos naturais.

  • Nutricionista aponta que fazem parte de uma alimentação de verdade, a maioria dos alimentos “in natura” sem ser industrializados, tais como: feijão, arroz, milho, trigo, frutas, legumes e verduras

    08

    Dê o exemplo

    E o mais importante disso tudo é a criança ter o exemplo dentro de casa, pois ela é o reflexo do que vê em casa. Não adianta os pais fazerem uma comida saudável para seu filho e comer comidas industrializadas, biscoitos, doces.

INTRODUÇÃO ALIMENTAR DESDE CEDO...

Segundo a doutora Priscila Moraes, médica pediatra e alergista da Docway, o recomendado é que as crianças a partir dos 6 meses de idade já comecem a ingerir alimentos sólidos. Nessa idade, normalmente, a criança já consegue se sentar sozinha, pegar objetos e leva-los à boca.

Por isso, é importante que haja firmeza do tronco e que tenha estabilidade para se concentrar naquilo que está em sua mão, para poder realizar o movimento de trazer o alimento até a boca. Além disso, é por volta dos 6 meses que o intestino está mais maduro para receber o alimento sólido, fazendo uma melhor digestão e evitando a constipação.

Em relação aos tipos de alimento naturais que podem ser introduzidos à dieta, não há nenhuma restrição, "diferente do que se pensava antigamente, ovo deve ser oferecido desde o início da introdução alimentar, pois atrasar seu consumo pode favorecer o aparecimento de alergias, o mesmo serve para o peixe, que pode ser oferecido nos primeiros meses", explica.

Fazer com que seu filho participe da elaboração dos pratos é uma das dicas
Fazer com que seu filho participe da elaboração dos pratos é uma das dicas . (Reprodução | Pixabay)

Já referente aos preparos industrializados, doces e temperos prontos, há ressalvas. O ideal seria não permitir que a criança os ingerisse até completar dois anos. 

Grupos de alimentos sugeridos:

  1. Cereais/tubérculos/raízes, como arroz, milho, batata, inhame e mandioquinha (carboidratos complexos);
  2. Carnes em geral (proteínas de alto valor biológico, ferro, zinco, cobre);
  3. Leguminosas, que são grãos de vagens, como feijão, grão de bico, ervilha, lentilha e soja (proteínas de baixo valor biológico, ferro, fibras e vitaminas);
  4. Legumes e verduras (vitaminas, minerais e fibras).

A especialista aponta que existem três métodos para fazer a introdução alimentar. São eles:

  • Tradicional: esse método é feito com a já conhecida papinha, oferecida com colher, amassada, e a partir dos 8 meses de idade da criança, servida com pequenos pedaços. Nesse método, os alimentos devem ser triturados com um garfo, e as carnes podem ser desfiadas ou moídas, sempre respeitando a capacidade de mastigação do bebê.

  • Baby-Led Weaning (BLW): consiste na oferta de alimentos em pedaços, tiras ou bastões. Em geral, não inclui alimentação com a colher e nenhum método de adaptação de consistência para preparar a refeição, como amassar, triturar ou desfiar. A abordagem encoraja os pais a confiarem na capacidade da criança de se alimentar sozinha, sem interferências.

  • Participativa: nesse caso, o bebê é o agente ativo do processo, porque ele mesmo escolhe o alimento que vai comer. Porém, é assistido pelos pais, que intermedeiam as preferências dele e o ajudam enquanto ele não tem habilidade ou eficiência na ingestão adequada de nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.

O método BLW consiste na oferta de alimentos em pedaços, tiras ou bastões
O método BLW consiste na oferta de alimentos em pedaços, tiras ou bastões. (Reprodução | Pixabay)

Não há um método que seja mais indicado que o outro, seria interessante uma mescla entre eles, "o ideal é que o lactente receba os alimentos amassados oferecidos na colher, mas também experimente com as mãos, para explorar as diferentes texturas dos alimentos, como parte natural de seu aprendizado sensório motor", sugere Priscila.

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