Alimentação saudável é fundamental para o crescimento e desenvolvimento das crianças, mas, conforme vão crescendo, elas tendem a resistir a determinados alimentos. Para as mamães e os papais de plantão, a preocupação é a mesma: o que fazer para conseguir introduzir os alimentos saudáveis no cardápio dos pequenos?
À Revista.AG, a nutricionista Renata Branco chamou a atenção para a importância da alimentação nutritiva nessa idade. A profissional deu dicas importantes sobre o assunto, e falou sobre como inserir esses alimentos na dieta das crianças de forma criativa. "A alimentação saudável na infância é o que vai determinar um envelhecimento saudável", comentou.
A profissional ainda revelou que a rejeição da criança a alimentos é normal, e que a fase mais comum para isso acontecer é nos 2 anos e na fase pré-escolar. "O processamento sensorial é o responsável por organizar o significado das sensações, seja um toque, um sabor ou um cheiro maravilhoso de um prato", acrescentou. Ela separou oito dicas para facilitar e estimular a alimentação saudável. Veja abaixo:
Quando a criança rejeitar algum alimento não desista de apresentá-lo novamente, tente mudar a textura, a forma de preparo do alimento ou um temperinho diferente. Não deixe essa seletividade da criança se tornar um problema na introdução alimentar. A melhor solução é ter calma, não demonstrar nervosismo e caprichar, pois ela vai levar na memória para o resto da vida dela os sabores.
Uma alimentação saudável não significa uma alimentação cara ou de difícil acesso. Fazem parte de uma alimentação de verdade, a maioria dos alimentos “in natura” sem ser industrializados, tais como: feijão, arroz, milho, trigo, frutas, legumes e verduras, sementes e castanhas, onde devem ser consumidos em porções adequadas todos os dias para garantir os nutrientes essenciais ao organismo. Sempre visando descascar mais e desembalar menos.
Calorias vazias só irão trazer problemas à saúde. Para o crescimento saudável do seu filho, a qualidade é mais importante do que a quantidade. Além de macronutrientes como proteínas e carboidratos, a criança precisa das vitaminas e minerais para seu desenvolvimento. Por isso, se seu filho não quiser comer, não troque por um lanche (pães, biscoitos, bolos, massas, embutidos), espere um outro momento e ofereça um outra refeição saudável.
Existem várias receitas atrativas e práticas que podem ser feitas. Usar os alimentos para fazer desenhos como flores, carinhas... Se um tipo de preparação não agradar, não é porque ele não gosta daquele alimento, pode ser simplesmente a textura. Lembrando: nunca desista de oferecer os alimentos a seu filho e não o alimente próximo da televisão ou tablet, pois a comida será empurrada e ele não aprenderá a se alimentar de forma saudável.
Paciência nessa fase é o principal. Dê a colher ou o garfinho para ele ter o prazer de se alimentar sozinho e sempre mostre os alimentos a ele. Faça que a refeição seja um momento agradável para ele.
Se o seu filho recusar algum alimento, não force ou ameace, ou até mesmo utilize recompensas. Devemos sempre ter criatividade nos pratos e persistência. Mesmo a criança recusando aquele alimento, não deixe de colocar no prato dele. Muitas mães gostam de fazer misturinhas escondendo os legumes e verduras, não tem problema fazer isso! Mas não deixe de sempre apresentar aquele alimento ao seu filho. Faça com que ele participe da elaboração dos pratos, leve-o ao hortifruti ou supermercado, assim você irá despertar a curiosidade da criança e gerar um momento descontraído em família. Lembre-se: nunca associe a alimentação a algo negativo.
Sempre que possível, ofereça a fruta e não o suco para a criança ter mais contato com o alimento e ingerir as fibras daquela fruta. Nos dois primeiros anos de vida, alimentos não saudáveis como açúcar e alimentos industrializados não devem ser oferecidos. Eles reduzem o apetite e competem com alimentos mais nutritivos, além de determinar o paladar dos filhos muitas das vezes até a idade adulta. Vale lembrar que os alimentos industrializados recebem aditivos para ressaltar o sabor, gerando sensações que não estão presentes nos alimentos naturais.
E o mais importante disso tudo é a criança ter o exemplo dentro de casa, pois ela é o reflexo do que vê em casa. Não adianta os pais fazerem uma comida saudável para seu filho e comer comidas industrializadas, biscoitos, doces.
Segundo a doutora Priscila Moraes, médica pediatra e alergista da Docway, o recomendado é que as crianças a partir dos 6 meses de idade já comecem a ingerir alimentos sólidos. Nessa idade, normalmente, a criança já consegue se sentar sozinha, pegar objetos e leva-los à boca.
Por isso, é importante que haja firmeza do tronco e que tenha estabilidade para se concentrar naquilo que está em sua mão, para poder realizar o movimento de trazer o alimento até a boca. Além disso, é por volta dos 6 meses que o intestino está mais maduro para receber o alimento sólido, fazendo uma melhor digestão e evitando a constipação.
Em relação aos tipos de alimento naturais que podem ser introduzidos à dieta, não há nenhuma restrição, "diferente do que se pensava antigamente, ovo deve ser oferecido desde o início da introdução alimentar, pois atrasar seu consumo pode favorecer o aparecimento de alergias, o mesmo serve para o peixe, que pode ser oferecido nos primeiros meses", explica.
Já referente aos preparos industrializados, doces e temperos prontos, há ressalvas. O ideal seria não permitir que a criança os ingerisse até completar dois anos.
A especialista aponta que existem três métodos para fazer a introdução alimentar. São eles:
Não há um método que seja mais indicado que o outro, seria interessante uma mescla entre eles, "o ideal é que o lactente receba os alimentos amassados oferecidos na colher, mas também experimente com as mãos, para explorar as diferentes texturas dos alimentos, como parte natural de seu aprendizado sensório motor", sugere Priscila.
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