De férias, a designer e estudante de publicidade Mila Vieira, 24 anos, chegou com familiares à Europa no último dia 2. Desembarcou logo em Roma, na Itália, país que é hoje o epicentro do novo coronavírus no continente. Já são mais de 9,1 mil casos e 463 mortes só no país.
Apesar da situação atípica este ano, em plena epidemia, Mila passeou pelos principais pontos turísticos italianos, como o Coliseu e o Vaticano. Deixou o país no último dia 5, rumo a Paris, onde está agora. Ela iria voltar para a Itália, pois queria ainda visitar Veneza e Florença. Mas acabou tendo que mudar os planos depois que o governo impôs restrições de viagens dentro de todo o território italiano e encurtar a viagem para voltar mais cedo para o Brasil.
Por meio do WhatsApp, ela conversou com a equipe da Revista.ag sobre suas impressões como turista na Europa. Confira:
A gente saiu de São Paulo, fizemos uma conexão em Madri e chegamos a Roma no dia 2 de março. No voo já viemos usando máscara. Roma foi a única cidade da Itália que visitamos. Ficamos lá até dia 5. Durante esse tempo, não tinha nenhum caso confirmado do coronavírus na cidade. A região estava tranquila. Não tinha contingenciamento, nada. A área afetada estava sendo a Lombardia, que era distante.
A cidade estava supervazia. Visitamos o Vaticano, e não havia nem 40 pessoas visitando também. O guia que nos levou disse que era o último grupo dele do mês, marcado até aquele momento, e era o começo do mês.
Medo não, mas ficamos atentas e nos prevenimos. Andamos de máscara nos ambientes fechados, usamos muito álcool gel e limpamos as mãos a todo momento. Evitamos ficar perto de outras pessoas e colocar a mão na boca/nariz/rosto, mesmo limpas.
Até que não. Você via mais nos voos e trens.
Tranquilo. Acredito que um pouco mais vazia do que de costume. Ouvimos mensagens de cuidados nos metrôs e trens, e a população tem buscado muito por álcool em gel e máscaras.
A gente sairia daqui hoje, dia 10, para voltar para a Itália, conhecer Veneza e Florença. Porém, no último sábado, descobrimos que fecharam Veneza e depois o país inteiro. Então, resolvemos mudar nossa passagem para Barcelona, na Espanha, porque lá a situação estava menos pior que a Itália. Mas ontem soubemos que Madri, que era de onde sairia nosso voo de volta para o Brasil, iniciou um contingenciamento porque os casos de coronavírus duplicaram em 24 horas.
A gente decidiu ficar em Paris mais dois dias e voltar daqui para o Brasil. Quer dizer, vamos voltar com uma semana de antecedência por conta do vírus. Aqui em Paris está muito tranquilo, não tem alarde. No Brasil, as pessoas têm uma visão pior da Europa, sabe? As pessoas continuam vivendo, apesar de uma epidemia estar acontecendo nos países ao lado. Óbvio que elas procuram se proteger. Tanto que álcool em gel e máscara estão em falta por aqui. E a gente, com certeza, está fazendo por onde. Em duas semanas, já conseguimos gastar quatro potinhos de álcool em gel. A gente está toda hora higienizando tanto as mãos quanto os objetos, celular, enfim, tudo o que a gente segura. Então a gente vai antecipar em uma semana a viagem de volta, mas, apesar disso, conseguimos curtir bastante. Pegamos muitos lugares vazios, o que, pra gente, acabou sendo bem positivo porque pudemos ver os pontos turísticos com calma, com tempo.
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