A inconveniência de algum vizinho com certeza já te incomodou. Mas será que já chegou ao extremo, ao ponto de não ter mais o que fazer? Um caso vivido pela paulista Magalli Lima, moradora do Centro de São Paulo, cuja família é do Espírito Santo, viralizou no Twitter, na última quarta-feira (22). Na web, ela narra um caso constrangedor de uma vizinha que tem tirado o sono — literalmente — dos outros condôminos.
A "tour", segundo a paulista, começou há alguns meses, quando ela mudou para o novo prédio onde todos os quartos, segundo ela, dão no mesmo vão. Com isso, acaba sendo comum escutar o vizinho. Só que a vizinha de frente de Magalli começou a incomodar — pasmem — com gemidos altos. No Twitter, a jovem narra que, no começo, era pelo menos uma vez na semana mas que, agora, a situação está insustentável. Para não dar nomes, ela chama a mulher de "vizinha transuda". Segue o fio.
Em cerca de 24h, a história de Magalli já tinha mais de 130 mil curtidas, com vários internautas pedindo o desfecho da situação. Dentre muitos desdobramentos, a paulista explica que chegou a reclamar com o "seu Maomé", zelador do prédio que foi apelidado carinhosamente por ser idoso.
Constrangido com a situação, após ser acionado pela segunda vez pela jovem, o zelador do prédio contou que a "vizinha do gemidão" incomodava outros moradores também e que, em breve, será "convidada a se retirar" do imóvel.
Apesar de fazer parte do punhado de histórias cômicas que só o Twitter nos proporciona, o caso abre brecha para pensarmos neste tipo de situação. Até onde vai a liberdade do outro sem nos incomodar? Há algo a ser feito? A Revista.AG ouviu o presidente do Sindicato Patronal de Condomínios e Empresas Administradoras de Condomínios no Espírito Santo (SIPCES), Gedaias Freire da Costa, que analisou a situação.
"A penalidade não cabe quando não há infração às regras internas que pertube a coletividade. O fato, se perturbar apenas um vizinho, ou que este se sinta incomodado, deve ele, se for o caso, procurar o vizinho para resolver este o conflito", especificou.
O papel do síndico neste tipo de situação é agir como agente conciliador. "Se receber reclamações, o indicado é informar a unidade causadora do ruído sobre o fato e a reclamação existente", completou o presidente.
Questionado se este é um problema comum relatado ou comentado no sindicato, Gedaias detalha que a situação ocorre, mas não de forma corriqueira. "Mesmo assim, sempre surgem informações sobre este assunto", disse.
O presidente do SIPCES explica que, caso as reclamações sejam feitas por todos os vizinhos ou a maioria dos moradores de um prédio, em que é um problema que afeta o coletivo, o condomínio pode notificar e aplicar as penalidades previstas no regimento interno ou na convenção do condomínio.
"Essa notificação, ou a penalidade, podem alegar a perturbação do sossego e a tranquilidade dos demais vizinhos. Caso sejam atos que ocorram nas áreas comuns do condomínio, se encaixa como uso indevido dessas áreas, e também cabe a penalidade", completou.
Segundo Luciana Almeida, consultora de comportamento e desenvolvimento humano, a melhor forma de resolver este tipo de desavença com o vizinho (mesmo que inconveniente) é com conversa. "Tudo que se relaciona a comportamento e boas maneiras, requer bom senso. Nesse caso, não seria diferente. No caso do vizinho principalmente. Se o barulho na hora da relação sexual está demais, é claro que incomoda. É como uma TV muito alta", exemplificou.
A dica da especialista para os desavisados de plantão é: diminuam o volume. Entenderam? "Tenta ser mais discreto, fecha as janelas. Não é sendo careta, não tem nada a ver. Dependendo da intensidade do barulho, incomoda mesmo. Gritos, gemidos, enfim. Todo mundo tem o direito do seu prazer, inclusive aquele que quer dormir e descansar", disse.
A consultora compartilhou com a Revista.AG sobre um exemplo interessante que viu na internet. Um porteiro que, ao abordar um morador que estava recebendo reclamações no apartamento dele (de gemidos), o abordou com a seguinte frase: os vizinhos estão pedindo para abaixar o volume da música.
"Eles entenderam. O próprio porteiro chega a ser colocado em situações constrangedoras. Em muitos momentos o vizinho barulhento não se dá conta que está incomodando. Vale colocar um bilhetinho debaixo da porta, sempre tentando a comunicação não-violenta, sabe?", finalizou a profissional.
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