A jardinagem virou um hobby muito requisitado durante a quarentena. Pensando nisso, o desejo de todo “pai ou mãe de planta” é vê-las saudáveis e resistentes às pragas. Há muitas técnicas que podem ajudar as verdinhas a ter uma desenvoltura melhor, como a da enxertia,  por exemplo.

Essa técnica milenar é utilizada desde a Idade Média para garantir plantas com alta qualidade. Ramon Cossuol, que é jardinista e consultor paisagístico, explica que a enxertia é uma prática utilizada para unir duas plantas. “A raiz de uma é copa da outra, de forma que passarão a ser uma só. A técnica tem o intuito de deixar a planta mais forte e resistente a pragas e doenças”

De acordo com Ramon, na enxertia há dois elementos fundamentais, a planta que será enxertada e a outra espécie que vai receber o enxerto. Eles são conhecidos, respectivamente, como cavaleiro e cavalo. O cavaleiro é a planta de cima, que vai produzir os frutos, folhas ou flores. Já o cavalo é a verdinha responsável pelo suporte, a que fornece água e os nutrientes necessários, além de trazer a resistência ao enxerto.

O jardinista afirma que não há restrições de plantas na hora desempenhar a técnica. “Existem espécies que são mais fáceis de se ter sucesso na enxertia e outras menos, é uma técnica muito utilizada para frutíferas e tem ótimos resultados”, esclarece. Outro fator determinante é a época do ano em que o enxerto será feito, o qual deverá respeitar o período de safra do que será enxertado.

Fazer enxertos não é tão fácil como parece, é o que diz Ramon Cossuol. “Para o leigos em jardinagem não é uma técnica muito simples, mas nada é impossível”, brinca. O primeiro passo, segundo o jardinista, é esterilizar com álcool os materiais, facas ou tesouras que serão utilizados para fazer os cortes nas plantas.

O segundo passo, de acordo com o especialista, é a técnica mais comum na enxertia. Basta cortar e fazer uma fenda de cima na planta de baixo (cavalo). No cavaleiro (planta de cima), o aconselhável é realizar um corte em V no galho para encaixar na fenda do cavalo, a fim de unir as duas espécies. “Depois deve se amarrar bem firme unindo bem as duas plantas, para que cicatrizem juntas e virem uma só”, finaliza.