A estudante Fernanda Mendes Colombek, 20 anos, mora num apartamento em Santa Teresa. E o que chama atenção na decoração são os 57 vasos de plantas espalhados pelo local. Mas nem sempre foi assim. Envolvida com as atividades diárias, ela nunca teve muito tempo para se dedicar a esse universo. Tudo mudou desde que tivemos que aprender a viver em isolamento social devido a pandemia do coronavírus. "Com a quarentena, estar em casa me permitiu ter esse cuidado maior com as plantas, passei a me dedicar mais a esse momento. É um passatempo que aprendi a amar e que estou melhorando cada vez mais", conta a jovem.
Fernanda faz parte de uma turma que cresce a cada dia. Eles adotam o cultivo de plantas como tarefa diária. O fenônemo chama-se urban jungle (floresta urbana), e consiste em encher a sua casa ou apartamento com plantas de todos os tipos, compensando a falta do verde nas cidades.
A variedade na casa dela é grande. Tem rafis, jiboia, alocasia, marantas, singônio, dinheiro-em-penca, espada-de-são- jorge, rosa do deserto, comigo-ninguém-pode, pileas, samambaias, suculentas, entre outras. "Ter plantas em casa, além de deixá-la uma gracinha, proporciona um novo astral para o lar. Me sinto bem e revigorada", detalha. A rotina é sagrada. Ela acorda, toma café e aproveita as manhãs para estar com as plantinhas que ficam na varanda, na sala, na cozinha e na copa. "A rega é feita no período da tarde ou noite. Estar com elas é um momento essencial para o meu dia. Gosto da peculiaridade de dar nomes a elas, me faz sentir mais próxima e com um afeto maior".
Ramon Cossuol, que é jardinista e personal gardener, conta que durante esse período de isolamento social a procura por plantas têm aumentado. "Está aumentando muito durante a quarentena. As pessoas estão tendo tempo de sobra para observar as suas casas e sentir falta do afeto da natureza. Converso todos os dias com pessoas que relatam que a jardinagem está salvando a sanidade mental neste período". Ele explica que além do lado estético, o uso da planta em casa traz diversos benefícios. "Elas filtrarm o barulho que vem da rua e vários poluentes presentes no ar".
A bailarina e professora de dança Karen Lícia Barbosa, 21 anos, também é uma adepta. "Antes dessa quarentena, fui visitar o apartamento de um amigo e me apaixonei pelo ambiente cheio de vida e por sua mata residencial. Com o confinamento decidi dedicar mais tempo para as plantas, esse meu amigo foi minha maior inspiração".
Ela tem cerca de 30 vasos entre espécies de suculentas, samambaia, cactos, pitaya, rosas, girassol, violeta e orquídeas. "Dedico uma hora do meu dia colocando no sol, dando água quando necessário, vendo se elas precisam de algo. Pra mim, é uma terapia".
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