O ditado você é o que você come tem a ver com a pele também. O estilo de vida pode nos dizer muito sobre como anda a saúde da pele. Após anos de pesquisas, a dermatologista Flavia Addor, mestre em Dermatologia, pós-graduada em Nutrologia e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia americana de dermatologia, revela que os cuidados da pele devem ser baseados nos impactos dos fatores internos e externos.
Os fatores internos são os agentes do próprio corpo que causam o envelhecimento. Com o passar dos anos, aumenta o dano oxidativo no nosso organismo, causado pelos radicais livres. É um processo químico que prejudica as nossas células. Além disso, a renovação celular da pele também declina. É o que chamamos de envelhecimento intrínseco, explica Flávia Addor.
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Segundo a especialista, o diagnóstico do perfil oxidativo do paciente é um dos mais importantes, pois os danos celulares causados pela oxidação levam a vários problemas, como o envelhecimento acelerado e câncer de pele.
Por sua vez, os fatores externos também interferem no corpo e prejudicam a vitalidade da pele. Os mais estudados são a radiação solar, tabagismo, poluição e dieta, mas há também outros importantes como: medicamentos, doenças, estresse e interferências emocionais, que precisam ser pesquisados, pois podem impactar negativamente na marcha da pele ao longo da vida, revela a médica. Estes fatores não somente aceleram o envelhecimento como causam problemas típicos, como as rugas e as mancha.
Veja os principais perfis de risco de envelhecimento da pele com base no estilo de vida, doenças e ambiente:
Oxidação: a pele é constantemente atingida por fenômenos oxidativos, como radiação solar e poluição. Desta forma, o equilíbrio de proteção do organismo pode ser rompido, levando à produção de células cancerígenas e envelhecimento precoce. Além dos fatores ambientais, hábitos como tabagismo, consumo regular de álcool, depressão e doenças sistêmicas crônicas causar repercussões potencialmente negativas na pele e com efeitos progressivos no tempo. As dietas pobres em antioxidantes como frutas, verduras e legumes também colaboram para a menor defesa contra stress oxidativo;
Glicação: o excesso de açúcares reage com proteínas na derme levando aos chamados AGEs (sigla em inglês de advanced glycation products para produtos avançados de glicação), que resultam em alterações estruturais do colágeno, envelhecimento prematuro e problemas de reparação cutânea. Enquanto este processo ocorre em indivíduos normais e contribui com o processo de envelhecimento, estados de hiperglicemia em pacientes diabéticos, dietas ricas em açúcares o potencializam, com impactos maiores na pele e na saúde geral;
Inflamação: doenças inflamatórias, infecciosas, autoimunes, fenômenos oxidativos, além do nosso próprio sistema de defesa durante o envelhecimento, produzem por vários motivos uma inflamação leve e crônica. Com o tempo, pode levar a danos teciduais, acelerando o envelhecimento. A oxidação também pode acelerar o processo inflamatório crônico;
Alterações metabólicas: com o passar dos anos, a tendência do metabolismo é reduzir as funções celulares, colaborando para os sinais do envelhecimento. Com isso, a renovação epidérmica leva mais tempo. A velocidade da reparação cutânea cai, assim como a taxa de síntese de elementos da pele. Especificamente nas mulheres, a menopausa provoca a deficiência de estrógeno talvez o fator mais relevante para a queda de metabolismo de tecidos como o ósseo e, possivelmente, da pele também;
Mutagenicidade: A exposição da pele aos raios solares pode ocasionar mutação do DNA das células. Uso de algumas medicações, como por exemplo, quimioterápicos e imunossupressores também são capazes de levar a mutações. Todo o organismo normal dispõe de mecanismos de reparo, cuja eficiência tende a declinar com a idade. Estas mutações alteram o DNA e podem ser associadas ao desenvolvimento Tumores não melanoma.
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