Toque e abraços indesejáveis, gestos sexualmente explícitos, comentários inadequados sobre o corpo, humilhação pública... Esses são apenas alguns dos tipos de assédios que mulheres podem sofrer nas ruas. E eles acontecem todos os dias, em todos os lugares.
Pesquisas mostram que as importunações se dão, na maioria dos casos, com mulheres, em espaços públicos e em toda e qualquer parte do mundo; e de acordo com um estudo realizado pela Ipsos essa é a maior preocupação feminina para 47% das entrevistadas, seguido da violência doméstica. Para combater qualquer tipo de assédio nas ruas do país, a L’Oréal Paris apresentou na manhã desta terça-feira (05), em um evento transmitido on-line, o StandUp, movimento global de conscientização e treinamento antiassédio desenvolvido em parceria com a ONG americana Hollaback!, reconhecida por projetos e pesquisas ligados à temática.
Criada pela Hollaback!, a metodologia de intervenção se provou eficaz ao ser aplicada em um experimento nas universidades americanas, diminuindo em 17% os casos de violência sexual no local. O programa oferece um método baseado em 5 Ds – distrair, delegar, documentar, direcionar e dialogar - que auxilia homens e mulheres a intervir com segurança diante dessa situação, tanto como testemunha quanto como vítima.
O lançamento contou com a participação da atriz Taís Araújo, porta-voz da marca de beleza. "O ano é 2021 e a pauta é o direito das mulheres, ser o que somos, ter o direito de ir e vir e vestir o que quisermos. Mas quantas de nós não tem medos? Todas nós já nos sentimos inseguras", disse na abertura.
O treinamento de conscientização é feito de forma online e gratuita através da plataforma StandUp. Nele, são explorados os 5 Ds: distrair, forma indireta de desviar a atenção do que está acontecendo; delegar, que é contar para alguém o que está acontecendo ou para uma autoridade que está por perto para saber se é possível fazer algo a respeito; documentar, registro do que está acontecendo para apoiar a vítima, questionando se é permitido ou não exibir o material; direcionar, contato direto com o assediador para que deixe a vítima livre, sem discussão para evitar conflitos maiores; e dialogar com quem está sofrendo o assédio com gentileza e palavras de apoio, reforçando que não é culpa dela o que aconteceu.
Para Maira Liguori, diretora de impacto na Think Olga, organização que promove soluções para as questões de gênero e intersecções tendo como ferramenta a comunicação, o assédio contra mulheres em locais públicos é uma das violências mais naturalizadas. "Até pouco tempo era banal. Há 10 anos o assunto começou a ganhar as ruas e as mulheres passaram a entender que não é normal. O assédio é apenas a ponta do iceberg. A gente vive num país muito difícil para ser mulher", diz uma das idealizadoras da campanha "Chega de Fiu Fiu".
Maira conta que quando a marca se associa a uma ONG, esse é um passo realmente importante. E que o treinamento implica toda a sociedade na busca de solução para o problema. "É um convite para que qualquer pessoa possa colaborar com a solução problema".
Laura Parkinson, diretora de L’Oréal Paris no Brasil, conta que sofrer ou presenciar uma situação de assédio desperta medo, desconforto e paralisa, seja quem está diante da cena ou sofrendo com o ato, fazendo com que não saibamos como reagir. "A marca sempre defendeu o valor de cada mulher, trazendo mensagens de empoderamento, confiança e segurança, e agora com o StandUp nossa ambição é criar um pacto social através da educação de não aceitação dessa realidade tão triste, principalmente para as mulheres”.
O programa oferece um método baseado em 5 Ds – distrair, delegar, documentar, direcionar e dialogar - que auxilia homens e mulheres a intervir com segurança diante dessa situação, tanto como testemunha quanto como vítima.
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