Criada em 1978 pelo cirurgião francês Yves-Gerard Illouz, a lipoaspiração chegou dois anos depois no Brasil. E há 40 anos segue como o segundo procedimento mais realizado em cirurgias plásticas no país e em todo o mundo. Segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), entre 2014 e 2018, a demanda pela técnica aumentou mais de 20%.
Um dos pioneiros da lipoaspiração no Brasil e no Espírito Santo, Ariosto Santos, cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Espírito Santo (SBCP/ES), destaca a evolução das técnicas e dos instrumentos utilizados.
A primeira cirurgia de lipoaspiração foi realizada em nosso país em 1980. Lembro que na época fazia residência médica e fui para São Paulo aprender e acompanhar as inovações dessa nova técnica. Antes, ela era vista com desconfiança por parte dos médicos, mas o aperfeiçoamento das cânulas trouxe mais segurança e precisão à técnica, comenta.
A aposentada Maria das Dores Benedicto da Silva faz parte da história da lipoaspiração no Brasil, tendo feito a cirurgia há 34 anos, em 1986, e destaca que até hoje segue contente com os resultados do procedimento. Quando engravidei de minha filha, tive diástase e sentia muitas dores. Principalmente quando precisava abaixar, a sensação era de que os músculos do abdômen estavam soltos, relembra.
Após o procedimento de lipoaspiração e correção da diástase, as dores não voltaram. Na época procurei vários médicos para tratar a dor que sentia, até que tive a indicação do cirurgião plástico. Até hoje minha barriga segue estável, fina, sem gorduras e sem dores, comemora.
Já Cirlene Margon Monteiro, também aposentada, conta que as cirurgias de lipoaspiração que realizou no abdômen em 1980 e 2003 levantaram sua autoestima. Foi um sonho realizado, pois consegui usar calças semi-bag, com a cintura mais elevada e fina, que eram moda nos anos 80 e isso elevou muito a minha autoestima, destaca.
Cirlene comenta que sentiu diferença nas técnicas utilizadas na primeira cirurgia e na segunda. Ambas foram tranquilas, mas para garantir o sucesso dos resultados é importante seguir à risca as orientações do pós-operatório. Na primeira operação fiz abdômen e seios, já na segunda realizamos uma minilipo para corrigir o ganho de peso que tive e manter os resultados da primeira cirurgia, conta.
Ariosto Santos lembra que os primeiros procedimentos ainda não seguiam o conceito de sucção e que era feito um corte para a retirada da gordura. Depois, a técnica evoluiu para cânulas grossas, que deixavam a área lipoaspirada irregular, formando depressões, e o índice de complicações era mais elevado.
Hoje trabalhamos com cânulas finas, que variam de 2 a 4 milímetros de diâmetro, com tipos de pontas e orifícios variados, utilizados de acordo com a área do corpo e do volume de gordura a ser aspirado, explica.
Além da evolução da técnica e dos equipamentos, a lipoaspiração também conta com exigências médicas e legais, orientadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para garantir a segurança dos procedimentos. O volume máximo de gordura a ser retirado é uma delas, e não pode ultrapassar 6% do peso do paciente. A lipoaspiração não é uma cirurgia emagrecedora. É preciso que o paciente esteja em seu peso ideal para obter um melhor resultado, ressalta Ariosto.
TIPOS DE LIPOASPIRAÇÃO:
Procedimento no qual parte da gordura aspirada é enxertada em outra parte do corpo, visando uma modelagem dessa área. É indicada para deixar os glúteos maiores e modelados.
É uma lipoaspiração pequena, apenas com anestesia local, realizada por partes, com volume menor lipoaspirado. É indicada para quem tem pequenas áreas de gordura localizada em determinadas regiões do corpo, sendo exemplos principais a região dos braços e axilas.
A Lipo HD ou Lipo em high definition (alta definição) é uma técnica cirúrgica de lipoescultura em que o cirurgião remove gorduras extras do paciente e as utiliza para dar mais destaque aos músculos. Existem três tipos de definição: a alta, onde há a exibição dos chamados six packs ou gominhos; a média e a baixa, que é a mais pedida entre o público feminino. É indicada para realçar a musculatura, sem ficar artificial. O procedimento não é recomendado para pacientes com excesso de peso, pele com pouca elasticidade ou com expectativas fantasiosas e irreais.
Essa técnica é uma evolução da lipoescultura e oferece mais conforto na recuperação do paciente. Primeiro é utilizado o laser para fragmentar a gordura e depois as cânulas são utilizadas para a sucção. Ela é indicada para as regiões do braço, abdômen e pescoço.
O procedimento inovador utiliza ondas ultrassônicas para quebrar e separar as células de gordura. O procedimento é utilizado por poucos cirurgiões no Brasil devido ao alto custo do equipamento.
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