Há quem diga que retirar o creme do pote com as mãos pode comprometer ou reduzir a eficácia do produto. Por outro lado, muita gente argumenta que com tanta inovação e tecnologia, essa não é mais uma preocupação. Isso serve para dermocosméticos, como hidratantes e cremes anti-idade, mas o tema também é polêmico quando o assunto são os cuidados com os cabelos.
A dermatologista Ana Flávia Moll explica que cada produto tem uma quantidade e um jeito certo de se aplicar, o que pode ser observado no rótulo ou bula. Além disso, a pele deve estar bem limpa, já que os próprios óleos e gorduras naturais da pele podem impedir ou reduzir a penetração do produto.
O ideal é que se pegue com uma espátula limpa, o acessório inclusive já acompanha alguns cremes. Apesar disso, a médica afirma que o produto não perde a eficácia ao entrar em contato com as mãos, mas o cuidado de não contaminar o produto é válido. “O que pode comprometer a eficácia do produto é o armazenamento em locais com muita variação de temperatura, em contato com calor e umidade, por exemplo. O banheiro, onde geralmente são guardados, não é o melhor lugar”, diz Ana Flavia Moll.
É importante prestar atenção na embalagem do creme. Segundo a dermatologista, além das informações sobre manuseio e armazenamento dos produtos, deve-se observar a validade, que pode variar de acordo com cada item após a abertura do pote. “Alguns contam com o desenho de uma tampinha aberta com o número ao lado - 6 ou 12, por exemplo -, o que, geralmente, significa que ele vale por aquela quantidade de meses após aberto”, esclarece.
Outro fator que merece atenção é a quantidade utilizada em cada aplicação. “Em produtos que contenham ácido, o ideal é que a quantidade seja pequena. E que o produto seja bem espalhado. Já no caso de hidratantes e filtros solares, a quantidade deve ser mais generosa, cobrindo bastante a pele”, afirma a médica.
A dermatologista Irene Baldi diz que o importante é sempre estar com as mãos devidamente limpas antes de aplicar os cosméticos ou dermocosméticos. “É verdade que existem os microorganismos e que, de fato, eles podem entrar em contato com o produto, porque o próprio ar tem microorganismos. É sempre bom higienizar as mãos, mas não há riscos ao tocar o produto com o dedo”, explica.
Para quem opta pela espátula, Irene aconselha que o acessório seja preferencialmente de plástico. “Não recomendo espátulas de metal e nem de madeira, porque elas podem deixar resíduos no produto”.
Os frascos e aplicadores podem variar de acordo com a textura dos cremes. A médica destaca que, normalmente, os produtos mais líquidos ou aquosos são melhores apresentados e utilizados por meio de conta-gotas. “Este tipo de aplicador permite que o produto seja mais fácil de espalhar e também evita o desperdício”, pontua.
De acordo com a farmacêutica tricologista Cristal Bastos, da Cristal Clínica Capilar, todos os cosméticos industrializados voltados para os fios possuem algum tipo de conservante que impede a degradação até a data de validade. Além disso, são feitos testes de estabilidade, em que os produtos são expostos a condições extremas de temperatura e umidade para avaliar a manutenção de suas características físicas e funcionais.
“Independentemente da função do produto capilar, os cuidados de conservação são os mesmos: evitar exposição ao sol e grandes variações de temperatura, e manter a embalagem fechada”, afirma. Sobre o manuseio dos potes de creme, ela orienta a lavar bem as mãos antes de encostar no produto, para evitar qualquer tipo de contaminação ou comprometer o resultado esperado.
Ela diz que o uso de espátula é interessante, mas não é obrigatório. "Com exceção de algumas fórmulas, que podem ser alteradas ao entrar em contato com outras substâncias, como bactérias e a própria mão molhada. É o caso dos cosméticos naturais". Por terem uma quantidade de conservantes reduzida ou até mesmo inexistente, os produtos naturais exigem um cuidado maior na manipulação. "Nesses casos, o uso de espátulas colabora para manter a integridade do cosmético”, finaliza.
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