Durante o confinamento intenso dentro de casa, a turma dos animais domésticos também fica ansiosa para pisar na rua. Acostumados com a palavra "passear" e a brincar com várias pessoas, os pets precisam se entreter no decorrer da pandemia. Mas como isso pode ser feito?
O adestrador Francisco Djalma alega que, no atual cenário em que vivemos, os cães acabam sentindo muito mais do que nós humanos. "Isso acontece porque eles estão recebendo uma carga enorme de emoções as quais não estão habituados, seja nossa frustração, irritação ou desespero por todos os problemas que cercam a pandemia. E sim, eles sentem toda essa energia, mas não sabem que tudo isso é passageiro, muito menos compreendem as restrições e as liberações", explica.
Outra apaixonada pelo mundo animal é Karine Quadros, que também sentiu a diferença da vivência dos pets logo no começo da pandemia. A veterinária alega que apesar da brusca mudança com a pandemia, a maioria dos animais domésticos tiveram um benefício, tendo em vista que em tempos anteriores os proprietários ficavam, na maior parte do tempo, fora de casa.
Karine nota a diferença dentro do próprio consultório. ''A gente percebeu um aumento de movimento em casos iniciais de doenças nos pets'', o que é mais difícil de acontecer porque, normalmente, a falta de observação do tutor faz com que o diagnóstico aconteça tardiamente.
O adestrador e a veterinária alertam para os cuidados importantes que os donos devem tomar, estando em casa, para que novas atividades atendam às necessidades dos pets. Para Djalma, compreender os diversos comportamentos do seu pet é fundamental para uma comunicação clara e efetiva nesse momento.
É importante que os tutores não encarem as atividades diárias com o animal como uma obrigação, e sim um momento da rotina juntos. Ele ainda deixa o recado: "Lembre-se que tudo que o seu cão aprendeu até hoje é fruto de tudo que tem vivido com você".
Karine também reforça a atenção que deve ser voltada aos pets. "O maior cuidado que você pode ter é notar quando o seu animal precisa de ajuda, além de perceber as mudanças de comportamento e os níveis de estresse, que podem se demonstrar através do medo", pontua a especialista.
Confira quatro dicas selecionadas para lidar com os bichinhos neste período de confinamento.
Karine cita que, nesse período intenso dentro de casa, com uma menor quantidade de exercício físico, é importante tomar cuidado com o excesso de peso dos animais. Uma dica é não deixar ração à vontade para o bichinho. Estabeleça horários fixos para a alimentação do seu pet, sendo de duas a três vezes no dia. Você estará treinando a educação e a disciplina dele.
Os cães também precisam de estímulo mental para complementar as atividades diversas. Djalma relembra a ação de ensinar a "dar a patinha". Segundo ele, o que para alguns tutores pode ser entediante, para os cães pode ser um dos melhores momentos do dia. "É uma tarefa que exige muita paciência e concentração, mas que pode levar seu pet a uma vida equilibrada e muito mais feliz". Outra dica é o uso de brinquedos e jogos inteligentes para os bichinhos resolverem problemas de diferentes maneiras, como levantar bloquinhos, virar discos, empurrar blocos ou encaixá-los em recipientes, abrir gavetas, etc. Estes brinquedos, inclusive, ajudam na próxima dica.
A veterinária especifica que a extrema necessidade de passear varia de raças e tamanhos. De acordo com ela, "raças grandes e atléticas precisam se exercitar para diminuir o estresse e carga de energia que eles têm, por isso é necessário levá-los para passear seguindo todos os cuidados recomendados. Já as raças pequenas conseguem se exercitar dentro da própria casa através de bolinhas e brinquedos, e se adaptam melhor a condição de ficar dentro do lar". Não tem como passear? Karine recomenda brinquedos que estimulam à captura dos petiscos. ''Esses brinquedinhos que escondem a comida instigam o animal à procura e a caça ajudou bastante nessa fase, porque eles se exercitam ao brincar e diminui a ingestão de calorias''.
A última dica recomendada tanto pelo adestrador quanto pela veterinária envolve o amor, carinho e atenção - que complementam outras necessidades. Em um período delicado como esse, é necessário a demonstração de proximidade e de consideração entre o tutor e o pet. Respeitando os limites e os espaços, a rotina diária pode se tornar mais efetiva e equilibrada.
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