O leite materno é considerado o ideal para o recém-nascido porque contém todos os nutrientes para garantir o crescimento saudável. Além do bebê, o aleitamento materno também ajuda a proteger a saúde da mãe. Para incentivar mulheres a amamentar até os 2 anos ou mais, comemora-se neste mês o Agosto Dourado, cor que simboliza o padrão ouro de qualidade do leite humano, líquido essencial para a vida e o desenvolvimento da criança.
O obstetra e ginecologista Remegildo Gava, da Samp, explica que o leite materno é o alimento natural mais completo para o início de vida do ser humano, contemplando todos os nutrientes fundamentais para a saúde do bebê. "Do ponto de vista nutricional, ele é totalmente adaptado para as necessidades de proteína, gordura e carboidrato, favorecendo o desenvolvimento do bebê. Conhecido como líquido de ouro, ele garante a imunidade do bebê, porque traz com eles todas as imunoglobulinas produzidas pela mãe, protegendo o bebê contra várias infecções".
O aleitamento materno na primeira hora de vida é importante tanto para o bebê quanto para a mãe, pois melhora a sobrevivência e traz benefícios tanto para a saúde da mulher quanto da criança ao longo da vida. "Para os bebês, protege de diarreias, infecções respiratórias e alergias; diminui as chances de desenvolver no futuro doença de Crohn, linfoma, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade; ajuda a desenvolver a face para que tenha dentes fortes, desenvolva bem a fala e tenha boa respiração; entre outros benefícios", explica Remegildo Gava.
Já para a mãe, ele protege contra o câncer de mama e de ovário e o risco de uma hemorragia após o parto é menor; evita a osteoporose e protege contra doenças cardiovasculares, como infarto, hipertensão arterial e colesterol alto; reduz o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e artrite reumatoide; e faz o útero voltar ao tamanho normal mais rápido; protege contra o câncer de mama e de ovário e o risco de uma hemorragia após o parto é menor; além de diminuir o sangramento e prevenir a anemia materna.
A pediatra e coordenadora da Utin do Vitória Apart Hospital, Geisa Barros, explica que os nutrientes presentes no leite humano são espécie-específicos, ou seja, produzidos pela mãe humana para um bebê humano. "Proteínas, gorduras e carboidratos adequados, evitando as alergias alimentares e promovendo o crescimento saudável do corpo, o que inclui o desenvolvimento do sistema nervoso".
A médica conta que são inúmeras as dúvidas relacionadas ao aleitamento materno e ao alimento mais completo para a saúde da mãe e do bebê. “Qual a melhor dieta para a mãe durante a amamentação?”. “A doação de leite pode interferir na amamentação do meu filho?”. “Será que o meu leite é fraco para a nutrição do meu bebê?”, são algumas das principais dúvidas das mães.
No mês de conscientização, os médicos esclarecem 10 mitos e verdades sobre o tema e enfatizam a importância do aleitamento materno. Confira.
"Verdade. Pelo contrário. Ele é considerado um alimento 'vivo', pois sua composição se modifica a cada mamada para atender às necessidades do bebê. Além dos nutrientes, possui anticorpos que fortalecem a imunidade da criança", conta Geisa Barros.
"Verdade. O leite materno pode ser mantido na geladeira por 12 horas e congelado por até 15 dias, sem a perda de suas características e qualidade nutricional. Após pasteurizado, ele pode ficar armazenado no freezer por até seis meses. A mãe pode ordenhar o leite na sua casa – tomando os devidos cuidados para manter a qualidade –, deixá-lo na geladeira e dar ao bebê enquanto estiver fora de casa. A mãe deve procurar um Banco de Leite Humano para receber as orientações necessárias tanto para poder pasteurizar e guardar para seu bebê quanto para doar. Os bebês prematuros de UTI agradecem. O leite humano salva vidas!", ressalta Geisa Barros.
"Mito. Pelo contrário, quanto mais a mãe estimular o peito a produzir leite, mais ela o terá e não faltará para o bebê", diz Remegildo Gava.
"Verdade. Mesmo neste período em que o bebê começa a comer alimentos complementares, o leite materno continua a fornecer nutrição significativa. Está provado que continuar a amamentar depois dos seis meses reduz as probabilidades de adoecer na infância e na idade adulta e, se o seu bebê ficar doente, ajuda-o a recuperar mais depressa", conta Remegildo Gava.
"Verdade. O estresse e o nervosismo podem diminuir a quantidade de leite. Em momentos como este, a mãe modifica o seu sistema endócrino-imunológico e, com isso, a quantidade de leite pode diminuir".
"Mito. Cada mãe tem que amamentar o seu bebê. O melhor leite para o filho é o da sua mãe. O leite carrega as características de quem amamenta. Assim a criança cria os anticorpos necessários para a sua saúde tomando o leite da mãe. Na amamentação cruzada há o risco de uma doença infecciosa ser transmitida pelo leite. A saída para a mãe que não consegue amamentar é procurar orientação no banco de leite humano, e para quem produz acima do necessário, a recomendação é retirar e doar para um banco de leite", explica a pediatra Geisa Barros.
"Mito. A indicação nesses casos é massagem e ordenha do leite. A compressa de água quente piora a situação, pois aumenta a quantidade de leite retido na mama. Consequentemente, a mãe terá mais leite empedrado", diz Geisa Barros.
"Verdade. O bebê que mama exclusivamente no seio da mãe até aos 6 meses não precisa de água, mesmo em regiões e dias mais quentes, porque o leite materno fornece a quantidade de água que o bebê precisa", diz obstetra e ginecologista Remegildo Gava.
"Verdade. Mamadeira e chupeta interferem na amamentação pelo posicionamento da língua do bebê. A sucção do leite no peito requer um esforço mais complexo do que a da mamadeira e da chupeta. Com isso, quando a mãe oferece o peito e os dois apetrechos, o bebê pode fazer confusão de bico e passar a recusar a sucção ao seio. Isso pode implicar na diminuição do estímulo da produção do leite e, consequentemente, a mãe pode não ter a quantidade necessária de leite para a nutrição do bebê", explica Geisa Barros.
"Mito. Leite materno é singular. O colostro que sai nos primeiros dias pode ser considerado a primeira vacina do bebê. A fórmula atual tem suas qualidades, mas é feita com leite de vaca, que não traz os benefícios do leite materno, como o aumento da imunidade e o estímulo para o estabelecimento de uma flora intestinal saudável e protetora", diz a pediatra Geisa Barros.
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