Com o frio do inverno, é preciso um pouco mais de disposição para encarar qualquer atividade física. Se você gosta de corrida ao ar livre, é preciso ainda mais ânimo. Mas saiba que, com alguns cuidados, é possível continuar praticando o exercício.
O educador físico Christian Rosa, que é pós-graduado em fisiologia de esporte de endurance, explica que muitas pessoas associam as dores articulares ao clima. "A relação que podemos confirmar é o fato que, com mudanças na pressão atmosférica, podemos ter alterações na sensibilidade dos neurônios motores e o frio pode diminuir o fluxo sanguíneo em algumas regiões do corpo. A combinação disso pode levar uma sensação de desconforto e dores nas articulações".
O profissional, que é treinador de corrida da Wellness, diz que a principal meta para evitar alguns problemas é manter o corpo aquecido. "No mercado, atualmente existem peças como coletes corta ventos ou até underwear, que são as roupas que usamos embaixo das tradicionais, para manter seu treino seguro e em dia".
Também é importante entender o aquecimento como parte fundamental da preparação. A ideia é preparar as articulações para o que ela vai encarar na sequência. "Simular os movimentos para que corpo assimile fisiologicamente e mecanicamente do que vai ser exigido", diz Christian Rosa.
Entre os inúmeros benefícios, a prática da corrida protege de doenças como o câncer e cardiovasculares; melhorar a qualidade do sono; combate a depressão, além de reduzir o risco de diabetes, infarto e do Acidente Vascular Cerebral (AVC).
A educadora física Tatyana Bringel, da academia Razões do Corpo, diz ser normal sentir preguiça de treinar no frio. "Mas, não é porque esfriou que você pode - e não deve! - atrapalhar a rotina de treino. Muito menos, usar desculpas para deixar a corrida e a dieta balanceada de lado. Lembre-se que treinar aumenta a energia e disposição para aguentar a rotina diária".
Além do aquecimento - ele evita e previne lesões graves, atuando também contra as dores no corpo - é essencial ter roupas ideais para a prática esportiva. "Trajes térmicos e corta vento são os mais indicados, por serem leves e fáceis de tirar conforme a temperatura corporal aumenta. O importante é iniciar a corrida mais bem agasalhado e ir tirando a roupa gradualmente, mesmo porque após o exercício o corpo esfria muito rápido e você já terá uma blusa para se proteger rapidamente", diz a professora.
Quer manter a disposição e continuar correndo mesmo no inverno? Os profissionais listaram 5 dicas para enfrentar o frio.
Estes exercícios permitem aumentar progressivamente a temperatura do corpo e o calor muscular. Asseguram uma melhor flexibilidade das articulações e facilitam a coordenação dos movimentos. "Logo nas primeiras passadas, os músculos dos membros inferiores trabalharão de forma harmoniosa e com maior facilidade", diz Tatyana Bringel.
Os principais “pontos frios” do corpo que exigem proteção são a cabeça, o pescoço, as mãos e os pés. Por isso, é indicado cobrir as extremidades do corpo para correr no frio com mais conforto. "Efetivamente, quando está frio, a perda térmica pode chegar a 70% através destes 'pontos frios'", diz Tatyana Bringel. Escolha luvas, meias, um gorro ou faixa para o pescoço em função das suas qualidades isolantes.
Fique atento ao volume de treinos nos dias frios. Faça sempre uma evolução gradual dos quilômetros no seu treinamento para que seu corpo tenha uma adaptação mais segura. "Evite fazer treinos longos em locais muito frios caso não tenha feito esse escalonamento", diz Christian Rosa.
Durante a corrida, é importante manter os pés secos, impedir a penetração da chuva ou de terra no calçado e ter estabilidade em pisos escorregadios. Alguns tênis são para trail running (corrida em trilha), e por serem destinados às práticas mais extremas, possuem maior resistência à água.
A respiração de ar frio acelera a desidratação. Leve água e beba pequenos goles durante e após a corrida. "Em sessões de corrida mais prolongadas, leve um compartimento com alimentos sólidos, glicose ou frutas secas. Você deve ingerir pequenas quantidades, uma vez que a digestão é mais difícil durante a corrida", diz Tatyana Bringel.
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