Por causa do isolamento social recomendado durante a pandemia, muitas pessoas têm apresentado dificuldade de se expor ao sol. A principal fonte de produção da vitamina D se dá, justamente, por meio da exposição solar. Os raios ultravioletas do tipo B (UVB) são capazes de ativar a síntese dessa substância que tem entre suas principais funções: a absorção do cálcio e do fósforo pelo organismo, manter as funções cerebrais, fortificar os ossos, dentes e músculos, além de regular o sistema imunológico.
Na última terça feira, uma pesquisa científica feita por membros da Universidade de Cantábria e do Hospital Marqués de Valdecilla (em Santander, Espanha) e publicada no periódico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism constatou que pesquisadores identificaram a deficiência de vitamina D entre 82,2% das pessoas hospitalizadas com COVID-19 em um hospital da Espanha, contra 47,2% no grupo usado para comparação, chamado de "controle".
Ao contrário das outras vitaminas, a vitamina D raramente obtida por meio da alimentação. Somente cerca de 10% desta vitamina é proveniente da dieta.
A falta dessa substância leva o organismo a consumir o cálcio dos ossos e com isso a pessoa pode apresentar problemas de osteoporose a longo prazo. Espasmos musculares e raquitismo também estão entre as complicações possíveis.
A grande maioria dos especialistas recomendam uma exposição diária de aproximadamente 15 minutos para a reposição da vitamina. Mas para a pele negra isso não é tão simples assim. De acordo com a dermatologista especializada em pele negra, Katleen Conceição, as pessoas com o tom de pele mais escuro, tem uma síntese prejudicada de vitamina D. Isso ocorre por causa da presença de maior quantidade de melanina no corpo, já que o pigmento é capaz de dissipar 99,9% da radiação UV absorvida pela pele.
A pele negra necessita de, pelo menos, uma hora diária de exposição ao sol sem aplicar filtro solar antes. Para a síntese da vitamina D essa exposição solar precisa acontecer entre às 10 e 15 horas. Para quem prefere evitar expor a cabeça ou o rosto, a boa notícia é que deixar mãos e pernas à mostra, ou 15 % da superfície corporal, já é suficiente para que a vitamina D possa ser produzida.
A recomendação é de 15 a 20 minutos diários para quem tem pele branca e até 1 hora para quem tem pele negra e cerca de 30 a 40 minutos para quem tem um tom de pele intermediário, ressalta a especialista.
No entanto, as pessoas devem ficar alerta para o sol de meio dia. No verão, acima dos 30ºC, a exposição aos raios solares não é recomendada. O uso de filtro solar também é importante. Muitos acham que peles escuras não precisam de filtro, mas precisam.
A médica dermatologista capixaba, Karina Mazzini, também fez algumas ponderações sobre o filtro solar, ressaltando que cada pessoa deve considerar a orientação de seu dermatologista. Mas a maneira correta indicada pela especialista é de que é preciso deixar pelo menos 15% da superfície corporal exposta sem filtro solar, para que raios os raios UV sejam absorvidos durante o tempo de acordo com seu tom de pele. Após o tempo de exposição, é preciso aplicar o protetor solar.
Embora o rosto seja mais oleoso, a pele do corpo de pessoas negras tende a ser mais ressecada. Então, é preciso se lembrar de hidratar! Cremes mais espessos, sabonetes com poder de hidratação, óleo de amêndoas e MUITA ÁGUA!
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologistas, em doses muito elevadas, o uso de cápsulas de vitamina D podem causar intoxicação. A superdosagem pode causar elevação do nível de cálcio na corrente sanguínea, tontura, náusea, diarreia e formação de cálculos renais e biliares. Em nota, a associação também destacou que ainda não há estudo clínico que tenha comprovado qualquer benefício do uso de vitamina D para prevenção ou tratamento da Covid-19, ou indicação para prescrição de suplementação da substância visando benefícios além da saúde óssea.
O importante é fazer acompanhamento médico rotineiro para fazer a medição dos níveis de vitamina D e ajustes necessários.
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