Você já passou da adolescência faz tempo, mas as acnes ainda cismam em aparecer? Você não está sozinho. A Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que 56% da população convive com o problema depois dos 25 anos, principalmente mulheres.
A acne pode ser considerada uma doença de pele que ocorre quando as glândulas sebáceas - que secretam óleo - estão inflamadas ou infectadas. Pode ser oriunda de fatores hormonais, emocionais e também pode ser induzida pela alimentação inadequada.
A nutricionista Maria Luiza Cometti explica que a alimentação pode gerar impactos positivos ou negativos no organismo, e não é diferente quando o assunto é a pele. Uma alimentação mais inflamatória tende a piorar o surgimento das acnes. Uma alimentação saudável e equilibrada é determinante para a nossa saúde e, consequentemente, para a saúde da nossa pele. Sendo assim, a mudança no estilo de vida e criação de novos hábitos alimentares, é um dos pilares para o tratamento e prevenção das acnes, pontua.
Pauline Lyrio é dermatologista e explica que a acne na fase adulta é aquela que se inicia a partir dos 25 anos ou que começa na adolescência e persiste até a idade adulta. A acne possui forte influência negativa na qualidade de vida dos pacientes acometidos, não somente pelo aspecto estético das lesões, mas também no âmbito emocional. Podendo interferir nas relações pessoais e profissionais, levando à introspecção e, até mesmo, à depressão em alguns casos, destaca.
A profissional salienta que causas da acne da fase adulta ainda não foram completamente esclarecidas, mas que já é possível identificar os principais fatores envolvidos:
Já foi demonstrado que a dieta rica em alimentos de alta carga glicêmica, como os carboidratos, ou seja, tudo aquilo que ingerimos e no final do seu metabolismo vira açúcar - como doces, pães, bolos e massas, por exemplo - , acarreta na elevação dos níveis de insulina. Isso gera consequente liberação de uma série de fatores que provocarão o aumento da produção de hormônios andrógenos, que culminarão no estímulo da produção de sebo, aumentando a oleosidade e tendência à acne, detalha Pauline.
Segundo a dermatologista, essa influência é nítida quando compara-se as peles de pacientes cujo padrão de alimentação é típico ocidental com a dos povos não ocidentalizados, que tem baixa incidência de acne. A alimentação desses povos não é somente rica em alimentos frescos como frutas, vegetais, carnes grelhadas e frutos do mar, mas também não encontramos consumo desenfreado de alimentos processados, laticínios, óleos e açúcares refinados. Diferente do que observamos na alimentação ocidental, destaca.
Maria Luiza, nutricionista, salienta que é necessário um acompanhamento com um dermatologista, porém, a nutrição tem uma ótima contribuição para a prevenção e também para o tratamento das acnes. Sendo assim, uma alimentação equilibrada, composta por alimentos in natura (frutas, verduras e legumes), temperos naturais, cereais integrais e consumo de gorduras boas - azeite de oliva, castanhas, sementes- tende a ajudar muito, além de uma adequada ingestão hídrica.
De acordo com a profissional, o ponto chave é inserir alimentos fontes de:
É importante evitar o consumo excessivo de: gorduras saturadas, alimentos com alta carga glicêmica (açúcar, carboidratos refinados), leite e derivados, embutidos, refrigerantes e industrializados no geral, complementa.
A nutricionista faz questão de salientar ainda que é muito importante frisar que se deve sempre prezar pelo equilíbrio e que não é indicado fazer nenhuma exclusão alimentar por conta própria. O ideal é procurar um profissional para orientar melhor, de acordo com cada caso, finaliza.
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