A adolescência é uma fase marcada por muitas mudanças, no corpo, na mente, nas influências. Durante esse período diversas alterações acontecem, do ponto de vista psicológico, físico e social. O crescimento ganha um novo ritmo, acelerado, e o corpo perde gradativamente as características infantis, adquirindo formas e dimensões mais maduras.
Quem é adolescente nessa época cheia de corpos e vidas perfeitas à mostra o tempo todo nas redes sociais sofre, especialmente, maior propensão à insatisfação com a própria estética. Isso é problemático, porém inevitável. Uma pesquisa da SBCP de 2019 constatou que jovens entre 13 e 18 anos estão procurando cada vez mais cirurgias plásticas. O Brasil lidera o ranking de cirurgias realizadas por este público. Nos últimos 10 anos, de acordo com a SBCP, houve um aumento de 141%.
No universo da cirurgia plástica, tudo parece possível, mas não é exatamente por aí. Mulheres e homens procuram os consultórios em busca de melhorias no corpo que às vezes não são alcançadas. Geralmente dietas e atividades físicas não suprem o desejo da pessoa por uma aparência melhor ou acontece alguma imperfeição ocorrida por acidente ou outras causas que são motivo da busca pela cirurgia, afirma o cirurgião plástico e Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Humberto Pinto.
De acordo com Humberto, todo cuidado é necessário. Primeiro, porque existe uma idade mínima para a realização de qualquer cirurgia, que é ser maior de 18 anos, ou se for menor que essa faixa etária que esteja acompanhado dos pais. Mas mesmo assim, antes de tomar qualquer decisão é fundamental uma avaliação das expectativas e motivos para a procura pelo procedimento, levando em conta o amadurecimento da pessoa tanto na parte física quanto na parte psicológica, afirma o cirurgião.
A atual geração de adolescentes já nasceu dentro do mundo tecnológico e o universo digital é vaidoso, nele a imagem é tudo. Há uma preocupação com a foto, o vídeo postado, a aceitação na turma da escola e muitos filhos recorrem aos pais por uma alternativa por se sentir rejeitado, assim as maiores procuras são por rinoplastia (cirurgia no nariz); otoplastia (cirurgia na orelha); cirurgia nas mamas e lipoaspiração, pontua o médico.
Segundo o Cirurgião Plástico Jefferson Vaccari, os adolescentes podem, sim, se submeter à cirurgia plástica, mas diversos aspectos devem ser previamente avaliados, principalmente no que se refere a maturidade física e emocional. Uma das características dessa fase da vida é o imediatismo. Suas motivações devem ser avaliadas cuidadosamente, assim como devem ser discutidos todos os prós e os contras, diz ele.
Uma orelha de abano (otoplastia), por exemplo, pode ser operada a partir dos 7 anos, que é quando ela tem sua formação completa. Aqui são, normalmente, pacientes que sofrem na escola, têm trauma e se sente mal, afirma Vaccari.
Mesmo no período da pandemia em que a convivência na escola não acontece mais fisicamente, muitos jovens ainda buscam o sonho da cirurgia plástica e estão apenas aguardando a situação se normalizar. Para alguns o uso da máscara ainda aumentou o problema, temos casos de adolescentes que reclamam do elástico nas orelhas, e até do formato do rosto em destaque por conta do tecido, afirma Humberto. Vale uma boa conversa em casa antes da visita ao consultório.
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