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Andropausa é a menopausa do homem? Urologistas explicam como lidar

Andropausa é a menopausa do homem? Urologistas explicam como lidar

Com quantos anos os primeiros sintomas podem aparecer? Segundo o médico Walas Rocha, urologista da Urovitoria, há controvérsias sobre a expressão "andropausa"; entenda

Publicado em 17 de setembro de 2021 às 02:00

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Andropausa não é uma doença crônica e pode ser tratada de inúmeras
Andropausa não é uma doença crônica e pode ser tratada de inúmeras . (Freepik)

Conhecida popularmente como a "menopausa masculina", a andropausa ou Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DEAM) é um processo relacionado à queda da produção de testosterona pelos homens. Mas será que o termo está 100% correto? Com quantos anos os primeiros sintomas podem aparecer? Segundo o médico Walas Rocha, urologista da Urovitoria, há controvérsias sobre a expressão.

"Andropausa é um termo comumente encontrado, mas não é muito correto. Quando você coloca 'pausa', parece que teve a parada da produção do hormônio. A mulher tem a menopausa porque o ovário não produz mais hormônio nenhum. No homem, acontece a diminuição da produção de testosterona, mas não para de produzir totalmente não", explicou.

Segundo o especialista, os sintomas podem começar a aparecer a partir dos 40 anos, mas os casos mais comuns acontecem entre idosos na faixa etária de 60 entre 70 anos. "Os sintomas da queda da testosterona é a perda de libido, disfunção erétil, ereções matinais menos frequentes, obesidade abdominal, fraqueza da musculatura, depressão, fadiga, osteoporose, redução do bem-estar, entre outros", especificou o urologista.

Walas Rocha, urologista da Urovitoria
Walas Rocha, urologista da Urovitoria. (Rodrigo Gavini)

O TRATAMENTO

Os especialistas afirmam que a andropausa não é uma doença crônica e pode ser tratada de inúmeras maneiras. Uma das possibilidades de tratamento é via reposição hormonal. Mas é preciso tomar cuidado com os níveis ingeridos pelo organismo e tudo deve ser feito conforme as instruções de um urologista ou de um endócrino.

"O tratamento consiste na reposição de testosterona. Tem várias formas de fazer essa terapia. Pode ser por via oral ou implantar um adesivo na pele. Também existe a possibilidade de aplicação de gel na pele ou injeção, que é o mais indicado", completou Walas.

Tratamento da andropausa consiste na reposição de testosterona
Tratamento da andropausa consiste na reposição de testosterona. (Freepik)

Fernando Chagas, urologista da Unifert, acrescenta que este é um processo natural que acontece na vida dos homens a medida em que chega a fase do envelhecimento — e que os níveis de testosterona vão diminuindo. "Com a reposição do hormônio, os sintomas vão diminuindo. As injeções instramusculares são a cada 15 ou 90 dias", acrescentou.

Chagas complementa explicando que, para detectar a deficiência da produção do hormônio, é feito um exame de sangue para analisar o perfil hormonal. "Homens com suspeita de queda de testosterona têm que investigar e medir o hormônio, colhido no sangue pela manhã", concluiu Walas Rocha.

Fernando Chagas, urologista da Unifert
Fernando Chagas, urologista da Unifert. (Arquivo pessoal)

BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO

De acordo com o clínico geral Marcos Cesar Staak Júnior, os efeitos desejáveis da administração de testosterona incluem o desenvolvimento ou manutenção de características sexuais secundárias e aumentos na libido, força muscular, massa livre de gordura e densidade óssea. Veja em detalhes os benefícios do tratamento:

  • 01

    Virilização / função sexual:

    Normalização da concentração sérica de testosterona deve levar à virilização normal em homens que não são virilizados e à manutenção da virilização naqueles que já o são. Homens com andropausa na idade adulta e ainda são normalmente virilizados, mas cuja a deficiência de hormônios se manifesta por uma diminuição da libido e energia, devem notar uma melhora acentuada nesses sintomas. A falha na melhora quando a concentração sérica de testosterona foi restaurada ao normal sugere outra causa dos sintomas.

  • 02

    Força muscular / massa livre de gordura:

    A reposição de testosterona também leva a melhorias substanciais na força muscular e massa livre de gordura em homens com a andropausa. Em um relatório, por exemplo, a administração de 100 mg de enantato de testosterona uma vez por semana durante 10 semanas a homens com a deficiência hormonal aumentou sua força no supino em 22%, sua força no agachamento em 45% e a massa livre de gordura em 5%.

  • 03

    Densidade óssea:

    A reposição de testosterona melhora a densidade óssea, conforme ilustrado em um estudo com 72 homens recebendo terapia de reposição de testosterona. O aumento da densidade óssea foi em média de 39% no primeiro ano de reposição de testosterona, e eventualmente atingiu e foi mantido na faixa normal. A resposta foi maior no primeiro ano em pacientes não tratados previamente e foi mais pronunciada naqueles com medições de densidade óssea mais baixas no início do estudo.

  • 04

    Humor:

    Os dados sobre o impacto da terapia com testosterona no humor são inconsistentes. Em homens com andropausa moderadamente grave, o tratamento com ésteres de testosterona de ação prolongada por 30 semanas melhorou significativamente várias medidas de humor em comparação com o pré-tratamento, mas o estudo não foi controlado nem cego. Em homens jovens e idosos com hipogonadismo por um análogo do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), as doses graduadas de enantato de testosterona não melhoraram duas medidas do humor. Em contraste, dois pequenos estudos sugerem um efeito benéfico da testosterona no humor em homens mais velhos com depressão subclínica.

  • 05

    Cognição:

    Em homens mais velhos com concentrações ligeiramente baixas de testosterona, a administração de enantato de testosterona a cada duas semanas não alterou significativamente nenhuma das várias medidas de cognição. Outros dados em homens mais velhos não mostraram um efeito da terapia com testosterona na cognição.

FONTE: Prof. Dr. Marcos Cesar Staak Júnior

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