A aorta é a maior e principal artéria do corpo humano, responsável por receber sangue rico em oxigênio do coração e distribui-lo para todo o corpo. Quando ela dá problema, é grande a chance de levar à morte. E foi o que aconteceu com o diretor de TV Jorginho Fernandes, que morreu na noite deste domingo (27), aos 64 anos, vítima de uma parada cardíaca.
O diretor deu entrada no hospital na parte da tarde após se sentir mal. Em nota oficial, o hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, afirmou que a parada cardíaca sofrida por Jorge Fernando se deu por conta de uma dissecção de aorta completa - ou aneurisma de aorta, como também é conhecido o problema.
A saúde de Jorge Fernando não andava bem. Ele ainda se recuperava de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), sofrido em 2017.
De acordo com o neurologista Hebert Cabral, o fato de já ter tido um AVC sinaliza que o diretor era portador de alguma doença cardiovascular ou cerebral. "Um AVC pode ocorrer um obstrução do vaso sanguíneo ou por hemorragia, quando ele se rompe. São causas diferentes. Normalmente, a hipertensão é uma das maiores causas desse rompimento. Ou a pessoa é hipertensa ou tem alguma malformação nos casos, com alterações de elasticidades que os deixam com facilidade para se romperem", explica o médico.
O aneurisma, segundo Cabral, é uma dilatação na parede do vaso. "É como uma bexiga que vai se inflando, inflando... E pode se romper. Isso pode acontecer com qualquer artéria do corpo. Mas é muito mais grave se acontecer numa artéria importante".
Um AVC numa região da fala deixa a pessoa com comprometimentos nessa função. Da mesma forma, se o problema ocorre na região motora, a pessoa fica com dificuldades para se locomover. No entanto, de acordo com o especialista, se acomete a área relacionada à respiração, é mais complicado e a pessoa pode morrer.
Caso também da aorta. "Ela é o vaso mais grosso do corpo. Se ela se rompe, a chance de mortalidade é alta", afirma Cabral, que explica que em pessoas mais jovens, normalmente, o aneurisma ocorre em função de problemas genéticos. Mas em pessoas mais velhas, ele é fruto de doenças como pressão alta, diabetes, colesterol alto, entre outros.
Apesar de ser um problema grave, ele pode dar alguns sinais. "A pessoa pode sentir uma dor no peito, tontura, sudorese, desmaio. É algo progressivo, ou seja, vai piorando", aponta o neurologista.
Alguém que já teve um AVC, como foi o caso de Jorge Fernando, precisa de um acompanhamento médico de perto. "A pessoa precisa controlar os fatores de risco, principalmente a hipertensão, o diabetes, o colesterol. Ela deve fazer exames periódicos, como exames de imagem, para acompanhar isso. Eles podem detectar se há vasos dilatados, com chance de rompimento. E se há alguma possibilidade de intervenção cirúrgica preventiva. É importante destacar, porém, que nem todos os casos são detectados nos exames", observa Hebert Cabral.
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