No mês de conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama, também é preciso se conscientizar sobre a prática da atividade física. Ela também ajuda a prevenir o câncer de mama, o segundo tipo que mais acomete as brasileiras de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Uma revisão publicada pelo American College of Sports Medicine (ACSM) analisou centenas de estudos epidemiológicos sobre a relação entre atividade física e diferentes tipos de câncer, e concluiu que praticantes de exercícios chegam a ter uma probabilidade 20% menor de desenvolver diversos cânceres, entre eles o de mama. “A quantidade de movimentos que você faz diário e os exercícios físicos tendem a ser um fator protetor do organismo contra o desenvolvimento de doenças crônicas, como o próprio câncer”, esclarece a oncologista Layla Gaze Nunes, do São Bernardo Apart Hospital.
O Colégio Americano de Medicina do Esporte recomenda o tempo mínimo de 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos e mais de duas a três vezes por semana de musculação, com peso, como ferramenta não farmacológica do câncer.
O educador físico Pedro Fortes Jr diz que a falta de atividades físicas durante a pandemia contribuiu para o aumento da gordura corporal e do estresse, diminuição da massa muscular e aumento do desenvolvimento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, cérebro vasculares, cânceres, entre elas o câncer de mama. “O exercício tem cada vez mais relevância na saúde pública, como uma ferramenta de relativo baixo custo e como um importante auxiliar para a prevenção e tratamento oncológico".
A prática regular melhora a composição corporal e libera substâncias como lipoproteínas e hormônios, que são reguladores do metabolismo e do sistema imunológico, que atuarão também de forma anti-inflamatória, podendo ter um efeito no metabolismo tumoral que se apresenta extremamente acelerado nas células cancerosas.
Ainda segundo o especialista, que é da Associação das Academias de Ginástica do Espírito Santo (Acages), os estudos demonstram que mulheres ativas tendem a ter duas a três vezes menos chances de desenvolver o câncer de mama se comparadas a mulheres inativas ou com pouco movimento.
De acordo com a oncologista Layla Gaze Nunes, “a atividade física promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, reduz o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Com isso, contribui para prevenir o câncer de intestino (cólon), endométrio (corpo do útero) e o de mama”.
Além de contribuir na prevenção ao câncer de mama, a atividade física é recomendada para as mulheres que estão em tratamento. Pedro Fortes Júnior explica que os exercícios serão definidos a partir de uma série de fatores que devem ser considerados, como o tipo e estágio do tumor, o nível de fragilidade da paciente, histórico de atividade física e a idade.
E destaca, também, a influência na parte neurológica, pois os hormônios liberados no organismo durante a atividade ultrapassam a barreira do cérebro promovendo bem-estar, diminuição da fadiga crônica e dores. "Os estudos apontam que com o exercício a resposta ao tratamento se torna melhor e mais rápida, além possivelmente, contribuir para redução da quantidade de doses de medicamentos, inibir a perda de massa muscular e dar suporte psicológico", finaliza.
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