Comprar uma roupa nova é sempre bom, mas garimpar pode ser melhor ainda. Adquirir roupas de brechós ou bazares já é uma prática comum de muitos brasileiros, mas com a entrada das redes sociais nesse ciclo, o processo de compra e venda ficou ainda mais fácil e prático. O Instagram é a rede social que mais cresceu nos últimos anos, e atualmente os bazeres já dominam as timelines de quem quer ter aquela peça-desejo, mas não abre mão de economizar.
O professor Ednilson Silva, do departamento de economia da UFES, explica que as vendas através das redes sociais são um novo formato de consumo."Já existiam páginas onlines que vendiam roupas, então não é novidade. A diferença, agora, é que isso saltou para as redes sociais, aproveitando-se da sua grande dimensão. Por conta disso, as relações com os clientes também se modificaram, ficando mais informais. Portanto, o fenômeno de venda de usados não é novo, mas a plataforma sim", disse ele.
As universitárias Dalila Fassarela e Jade Alves decidiram unir a vontade de desapegar com a necessidade de economizar, e criaram um brechó online. "Eu e a Jade tínhamos muitas roupas e algumas delas estavam paradas no guarda-roupas há tempos. Também estávamos de férias na época e queríamos arrecadar fundos para fazer uma viagem ou algo parecido. Daí surgiu a ideia de vender nossas roupas e ver se conseguíamos juntar uma graninha", contou Dalila.
As amigas não pretendem investir em uma loja física, por conta da praticidade das vendas online. Mas já realizaram um evento, em que expuseram as peças do brechó, e ainda criaram um ambiente divertido para os clientes. "Conseguimos proporcionar um momento de descontração muito bacana entre os clientes, havia música, petiscos, venda de bebidas e açaí. Foi uma grande experiência para nós e temos muita vontade de fazer algo do gênero novamente. Dessa vez, com mais atrações envolvidas, em um espaço maior", relatou a universitária.
Esse modelo de consumo online permite uma busca fácil e rápida de peças em bom estado com preços menores. Além disso, muitos clientes recriaram sua visão sobre o comércio de roupas. A universitária Ana Beatriz Campinhos, começou a comprar peças de bazar há um ano e acredita que a reutilização de produtos também gera uma consciência social. "Esse novo comércio permite a inclusão. Pois roupas de qualidade, que seriam muito caras em lojas, estão sendo repassadas por um preço bem menor, permitindo um maior acesso", disse Ana.
Dalila Fassarela conta que seu modo de consumir mudou depois da criação de seu brechó. "Depois da vivência do brechó, não consigo mais ir em uma loja de algum shopping, por exemplo, e sair comprando sem me assustar com os preços. Hoje, sempre que olho uma peça, me vem à cabeça algo do tipo 'porque comprar isso aqui se posso ir num brechó/bazar e achar algo parecido pela metade do preço?' relatou a estudante.
A relação com o cliente passa a ser mais direta na rede, por conta do chat no Instagram, é possivel combinar entregas e até mesmo a melhor forma de pagamento. A estudante de medicina veterinária Beatriz Scaramussa resolveu desapegar por estar com o guarda-roupa cheio de peças "paradas". Ela e a amiga - também universitária - Roberta Esteves criaram uma conta no instagram e hoje fazem entregas por toda a Grande Vitória. "Postamos as peças e as pessoas comentam. A partir daí, seguimos a ordem dos comentários para realizar a venda, mas caso a pessoa não queira, passamos para o próximo - que estava na ordem dos comentários da foto" explicou Beatriz. Ela ainda ressalta que prefere combinar os locais de entrega que fiquem melhor para os clientes, e divide essa tarefa com a amiga.
Então para quem quer pechinchar, seguem algumas contas no instagram que podem ajudar na tarefa:
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