Depois da formação da roça na noite desta terça (15), Raíssa Barbosa foi desabafar no quarto com as colegas MC Mirela, Luiza Ambiel e Victória Villarim. Durante o papo, acabou tendo uma crise e surtou. A modelo apresentou comportamentos explosivos, que podem ser explicados por um transtorno psicológico chamado Síndrome de Borderline.
A ex-Miss Bumbum ficou chateada porque não engoliu os oito votos que levou dos demais participantes do reality da Record e mostrou indignação. "Eu estou surtando, vocês não sabem". Vídeos de Raíssa gritando e jogando água em outros participantes viralizaram nas redes sociais. No entanto, essa reação pode ser um dos sintomas da Síndrome de Borderline, já que ela foi diagnosticada com o problema e faz tratamento há muitos anos.
Para saber quais são os sintomas, as causas e o tratamento da Síndrome de Borderline, A GAZETA conversou com o psicóloga Tammy Andrade Motta, que é conselheira do Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo.
A psicóloga explica que Borderline é um transtorno de personalidade, descrito na Classificação Internacional de Doenças (CID-10). O termo em inglês significa limítrofe, e representa uma característica dessa personalidade, que é um padrão de instabilidade constante do humor e do comportamento. "É muito comum ele ser confundido com o transtorno Bipolar, mas não é o mesmo transtorno. Diferente do Borderline, o transtorno Bipolar envolve uma desregulação mais espontânea e duradoura do humor, geralmente as crises duram em torno de uma ou duas semanas, podendo chegar a meses. Já nos casos de Borderline, essa variação é mais rápida e intensa (podendo durar horas ou dias) e pode sofrer influência de eventos externos".
Tammy explica que não existe consenso sobre as causas dos transtornos. Mas que existem estudos que apontam a predisposição genética e/ou a vivência de eventos traumáticos (como abandono, negligência, abusos) durante a primeira infância como possibilidades.
Os principais sintomas são as mudanças extremas do humor, podendo afetar interesses pessoais, valores e autoimagem. Geralmente as pessoas apresentam uma autoimagem distorcida, baixa autoestima e grande instabilidade em relação a si mesmas. "Além disso é comum que essas pessoas tenham um padrão de relações instáveis com familiares, amigos e pessoas próximas", diz a psicóloga.
Também podem apresentar comportamentos impulsivos perigosos, como abuso de álcool e outras drogas, automutilação, tentativa de suicídio, compulsões, dentre outros problemas. "É comum que essas pessoas façam grandes esforços para evitar o abandono, pela alta sensibilidade à rejeição. Pequenas rejeições, sejam reais ou idealizadas, podem provocar grandes tempestades emocionais".
O diagnóstico desse transtorno não é simples. Alguns desses sinais podem ser experimentados por pessoas com outros distúrbios e, mesmo por pessoas sem nenhum transtorno mental, por exemplo. "Isso não significa que elas tenham o transtorno Borderline. É importante que um psicólogo ou psiquiatra realize uma avaliação completa para determinar. Só o psicólogo ou psiquiatra, devidamente habilitados, são capazes de fazer o diagnóstico e orientar as opções de tratamento. O acompanhamento psicológico é muito importante, junto do acompanhamento psiquiátrico, independentemente do uso de medicamentos", reforça a psicóloga.
Tammy Andrade ressalta que é importante que a pessoa tenha uma equipe multidisciplinar de referência até mesmo para os momentos de crise. "A pessoa deve entrar em contato com o psicólogo ou psiquiatra que a acompanha e solicitar um atendimento emergencial".
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