Uma mulher usa entre 11 mil e 17 mil absorventes durante a vida. Pensando em livrar a ala feminina desse incômodo mensal e também no impacto do consumo no meio ambiente, algumas marcas lançaram uma alternativa que dispensa a proteção extra na menstruação: a calcinha absorvente.
Em princípio, a ideia causa certa estranheza. E também uma insegurança: será que protege mesmo de vazamentos, uma das principais aflições de quem está menstruada?
Quem testou a calcinha absorvente garante que a peça é segura e fala em conforto, praticidade, higiene, liberdade e economia.
Não é de hoje que as mulheres buscam alternativas ao absorvente comum. Ele é um transtorno. Tem sempre o risco de vazamento e deixa um odor, uma das maiores queixas das pacientes, comenta a ginecologista Brunella Cesconetto.
Ela lembra ainda que algumas mulheres têm alergia ao material dos absorventes descartáveis, problema que fica resolvido com a calcinha menstrual.
Apesar de nunca ter experimentado a novidade, a ginecologista Lorena Baldotto acha interessante. A proposta é de ser mais absorvente que o próprio absorvente. Só não sei se absorve bem ou abafa muito a região, pois como ela funciona como um absorvente pode ser que tenha os mesmos efeitos. Por isso não deve ser usada fora do período menstrual.
ASPECTO
À primeira vista, a aparência é de uma calcinha comum. Mas a peça tem o forro mais espesso e é reutilizável. Basta lavar conforme as orientações do fabricante e guardar para o mês seguinte. Dura, em média, dois anos.
Para fazer um bom uso desse produto, a mulher precisa se conhecer bem, como observa Brunella. Ela deve conhecer o próprio fluxo menstrual, em relação à duração e à intensidade. Se tiver um fluxo maior, o ideal é trocar mais vezes a calcinha. Por isso, recomendo que ela tenha pelo menos três.
Ela orienta a dar preferência aos modelos de cor clara. As escuras disfarçam o aspecto e a cor do fluxo e podem ocultar doenças que são identificadas nesse período, como as vaginoses.
DEPOIMENTO
Incomodada ficava a sua avó, dizia um antigo slogan de um absorvente interno comercializado no Brasil nos anos 80. Era uma inovação relativamente recente no país para a higiene íntima feminina. De lá para cá, nós, mulheres, temos testemunhado avanços relevantes não só para o conforto, mas para proporcionar um consumo mais sustentável. O coletor menstrual deu início a essa tendência, que agora atinge um novo patamar com as calcinhas absorventes. É quase impossível não ficar ressabiada com a eficácia dessa peça, mas o fato é que funciona. É preciso levar em conta que, dependendo da intensidade do fluxo, talvez ela só deva ser usada como um reforço ao absorvente comum. No primeiro dia do ciclo, após sete horas de uso acabou ocorrendo um leve vazamento. Já no terceiro, ainda com fluxo moderado, o seu uso garantiu pouco mais de oito horas completamente seca e sem odores. Na aparência, é uma calcinha como outra qualquer, maleável, com um leve reforço. Não é como uma fralda. Como a lavagem exige cuidados (prefiro lavar à mão), talvez seja um problema para mulheres sensíveis ao contato com sangue. Gostei tanto que pretendo comprar mais", afirma Carolina Rodrigues, jornalista
SAIBA MAIS
Tecnologia
As calcinhas absorventes têm um tecido tecnológico antimicrobiano, que absorve o fluxo menstrual e bloqueia o odor.
Como usar
A maioria das marcas recomenda o uso de acordo com o fluxo menstrual. Há modelos para fluxo intenso, moderado e leve. A peça pode ser usada por até 12h. Depois, deve ser lavada conforme orientação do fabricante e guardada até o próximo mês.
Durabilidade e preço
Seguindo a forma correta de lavagem e conservação, peças assim duram, em média, dois anos. No mercado, há várias marcas, cujos preços variam entre
R$ 75 e R$ 95.
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