O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer de homens no país. E novembro é o mês de alerta e conscientização da doença. O Novembro Azul reforça importância da prevenção e diagnóstico precoce desse tipo de câncer. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) quando ela é identificada em sua fase inicial a cura se revela em cerca de 90% dos casos.
A idade é um dos principais fatores de risco, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos. Também há fatores genéticos e até mesmo os hábitos alimentares e o estilo de vida da pessoa, que geram sobrepeso e obesidade. A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada em frente ao reto e abaixo da bexiga, responsável pela produção de parte do líquido seminal que constitui o esperma. Com o avançar da idade, essa glândula aumenta de tamanho de forma benigna. O câncer se instala em qualquer área dessa glândula, e à medida que o tumor cresce vai ocupando os lobos direito e esquerdo da próstata causando dores, infecções e outros sintomas.
Você sabe o que é verdade ou mentira quando o assunto é esse tipo de câncer? Especialistas esclarecem dúvidas e alertam que a detecção precoce é uma das estratégias mais indicadas para se chegar a um diagnóstico na fase inicial com melhores chances de tratamento. Veja o que é verdadeiro ou falso.
Verdade. O urologista Gabriel Moulin Gouvêa, do Vitória Apart Hospital, explica que o câncer de próstata é mais comum com o aumento da idade, mas isso não significa que homens mais jovens podem deixar de lado a prevenção e que casos com pessoas mais jovens não aconteçam. "Homens de todas as idades devem ficar atentos aos fatores de risco pessoais e conversar com seus médicos para a realização de exames que permitam a detecção precoce da doença. Aproximadamente 75% dos casos de câncer de próstata diagnosticados no mundo são feitos em homens com 65 anos ou mais", diz.
Nem fato, nem fake. O médico Gabriel Moulin Gouvêa explica que em alguns tratamentos para o câncer de próstata, como a cirurgia, os nervos que rodeiam a próstata e controlam a ereção peniana podem ser lesionados. "A extensão dessa lesão depende de uma série de fatores, como a localização e o tamanho do tumor e do tipo de tratamento realizado. A capacidade de recuperar o controle da função erétil também depende da idade do paciente e se ele já apresentava problemas de ereção antes da cirurgia".
É falso. O oncologista Wesley Vargas Moura diz que o PSA pode estar alto com ou sem câncer. "O que ocorre é que quando o exame mostra concentração elevada da proteína PSA (Antígeno Prostático Específico), é apenas um indício de que algo pode estar errado e a partir daí são realizados outros exames como a biópsia para diagnóstico preciso do câncer ou não", diz. Estudos comprovaram que a maioria dos casos de câncer de próstata, o paciente possuía altas taxas de PSA. O exame se tornou mais um alerta para o diagnóstico precoce da doença. "Alta dosagem de PSA pode representar outras doenças como a Hiperplasia Prostática Benigna (crescimento da próstata) e a prostatite (inflamação na próstata)", alerta o médico.
É falso. Com o avançar da idade, é normal o aumento da glândula prostática de forma benigna. "Já o câncer de próstata é quando o tumor se instala em qualquer área dessa glândula, e à medida que o tumor cresce vai ocupando os lobos direito e/ou esquerdo da próstata causando alterações no tamanho e textura da glândula, consequentemente causando dores, infecções e outros sintomas da doença", explica oncologista Wesley Vargas Moura.
Falso. Apesar de um histórico familiar de câncer de próstata dobrar as chances de ter a doença, 1 em cada 6 homens serão diagnosticados com esse tipo de câncer. "Os homens negros são 60% mais propensos a terem câncer de próstata e possuem 2,4 vezes mais chances de morrer da doença. Entretanto, o histórico familiar e genético desempenha um papel importante no risco de um homem desenvolver câncer de próstata. Um homem cujo pai teve câncer de próstata é duas vezes mais propenso a ter doença", explica o urologista Gabriel Moulin Gouvêa. O risco é ainda maior se o câncer foi diagnosticado em um membro da família com menos de 55 anos ou se a doença acometeu três ou mais membros da família.
Falso. O médico Gabriel Moulin Gouvêa explica que o exame de PSA é mais eficaz quando é feito simultaneamente ao toque retal e a avaliação dos fatores de risco do paciente.
É falso. É importante fazer o exame para prevenção e diagnóstico precoce, pois é uma doença silenciosa, ou seja, seu estágio inicial é assintomático na maioria dos casos. "É aí que mora o perigo. Quando o homem já sente dores e há infecções é porque o câncer já está avançado. O ideal é iniciar os exames da próstata a partir dos 50 anos, e em casos da doença na família essa rotina de exames deve ser antecipada para os 40 anos. Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura chegam a 90% dos casos. Então, sentir nada não significa estar livre da doença", diz o oncologista Wesley Vargas Moura.
Falso. Existem diferentes tipos de câncer de próstata, alguns de crescimento muito lento e outros mais agressivos. "Uma vez confirmado o diagnóstico de câncer na próstata pelo patologista, o médico tem condições de caracterizar o potencial de agressividade do tumor e indicar o melhor tratamento com base em vários fatores, incluindo a idade do paciente e seu estado de saúde geral. Os pacientes precisam entender a complexidade da doença e tomar decisões em relação a seu tratamento em conjunto com seu médico", diz o urologista Gabriel Moulin Gouvêa.
Falso. Estudos recentes mostram que a vasectomia não é um fator de risco para o câncer de próstata.
Falso. Cerca de metade dos homens com bom desempenho sexual antes do tratamento do câncer de próstata ainda terá uma boa função após o tratamento da doença. "Outros homens apresentarão impotência moderada a severa, mas a maioria tem apenas uma pequena perda da função sexual, que muitas vezes volta ao normal dentro de alguns meses a um ano após o tratamento. No entanto, a idade pode ser um fator complicador e, à medida que os homens envelhecem, já têm algum comprometimento da função sexual", diz Gabriel Moulin Gouvêa.
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