A jornalista Gloria Maria foi submetida a uma cirurgia no cérebro nesta segunda-feira, 11, no Rio de Janeiro. De acordo com boletim médico, a apresentadora passou mal em casa na última quinta-feira e foi internada num hospital em Copacabana, onde passou por um exame de ressonância magnética. Foi detectada uma lesão expansiva cerebral, que foi totalmente removida no procedimento cirúrgico.
O neurocirurgião Lucas Madeira, da MedSênior, explica que lesão expansiva cerebral é qualquer lesão que cresça no cérebro. "Geralmente esse termo é utilizado para se referir a neoplasias (tumores). Essas lesões podem ser primárias (lesões que crescem a partir de alguma célula do sistema nervoso) ou secundárias (metástases)", diz.
O médico ressaltou que, dependendo do tipo de lesão, pode ter crescimento lento ou rápido. A lesão geralmente vai ser diagnosticada quando atingir um tamanho que cause algum sintoma. "Essas lesões podem causar basicamente dois tipos de sintomas. O primeiro deles está relacionado com o local da lesão. Por exemplo: na área da linguagem pode causar dificuldade de fala e uma lesão na área visual pode ocasionar alterações de visão. Há ainda sintomas decorrentes do aumento da pressão intracraniana (como dor de cabeça, vômitos, rebaixamento do nível de consciência, entre outros)".
Para o neurocirurgião Alexandre Teixeira Santos, da Unimed Vitória, os sintomas podem variar, mas geralmente surgem cefaleias (mais comumente pela manhã), vômitos em jato, perda de coordenação motora, tontura, perda de visão, perda de audição, dor no rosto, perda de força em um lado do corpo, perda de sensibilidade , comprometimento cognitivo. "Somente um especialista, por meio da correlação dos sintomas e da história clínica do paciente, pode levantar a suspeita de lesão cerebral, já que esses sinais são inespecíficos", garante.
Causas
Alexandre Teixeira diz que não há uma causa única para o problema. "Estudos já identificaram alguns genes que podem levar ao surgimento de tumores pelo corpo, assim como no cérebro. Outra causa possível são as radiações usadas para tratar tumores e que podem levar ao surgimento de outras lesões, em outros locais do corpo. Algumas substâncias químicas também foram apontadas como indutoras de tumores cerebrais, mas ainda não há comprovação exata. Há também a hipótese de que algumas lesões são geradas por vírus", diz. O médico ressaltou ainda que existem tumores que são mais típicos em determinadas faixas etárias, mais a idade isoladamente não interfere.
A grande maioria das lesões não apresenta uma causa conhecida. "Dependendo do tipo de lesão, algumas causas podem estar envolvidas, como algumas síndromes hereditárias e exposição à radiação. Via de regra, não é possível fazer uma associação entre causas externas e a ocorrência dessas lesões como, por exemplo, no caso do consumo de tabaco e tumor pulmonar", explica Lucas Madeira.
Lucas explicou ainda que algumas lesões demoram anos para crescer a ponto de apresentar algum sintoma, enquanto outras evoluem rapidamente. "Em última instância, uma lesão não tratada, que continue crescendo, em algum momento pode evoluir para o óbito por aumento da pressão intracraniana. Entretanto, todas precisam ser avaliadas por um neurocirurgião para determinar o melhor tratamento para cada caso", finalizou.
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