Uma dúvida comum entre os pais de primeira viagem e até dos mais experientes é: ofereço ou não a chupeta para o bebê? De acordo com a odontopediatra Alice Sarcinelli, o ideal é que a criança não tenha esse habito, mas, se esse for um desejo dos pais, a introdução da chupeta só deve ocorrer no mínimo após o primeiro mês de vida, para não interferir na adaptação ao aleitamento.
Além disso, a chupeta não pode substituir o peito ou servir de um objeto de distração para o bebê. A chupeta só deve ser oferecida quando o bebê for dormir. Depois que o sono chegar, ela deve ser retirada. Os pais também não devem oferecer a chupeta para o bebê acalmar, disse.
De acordo com a odontopediatra, até os dois anos de idade o hábito deve ser removido. A partir dessa idade, a necessidade de sucção da criança diminuiu bastante.
Além disso, a probabilidade de a criança ficar com algum problema ortodôntico usando a chupeta acima dos dois anos é maior. Os problemas ortodônticos podem aparecer mesmo na criança que deixou a chupeta aos dois anos, mas o risco é maior para quem faz o uso prolongado dela, disse.
Segundo Alice Sarcinelli problemas no desenvolvimento da arcada dentária, além de mordida aberta e cruzada podem surgir devido ao uso excessivo do acessório.
A odontopediatra explica que a retirada da chupeta pode acontecer por meio de uma história em que haja a noção de troca, já que ela já não é mais um bebê (a criança se sente orgulhosa). Usar o lúdico, fazer uma entrega simbólica para algum animal como um cavalo ou as tartarugas costuma dar certo. A partir dos dois anos a criança já tem um entendimento maior.
Se a criança se acostumar com a chupeta, outro aspecto que merece atenção é o modelo do bico. Os redondos são os mais prejudiciais à arcada dentária. O modelo menos prejudicial é o de bico chato, chamado de bico ortodôntico.
Nada de colocar pimenta, pó de café ou outro produto na chupeta para fazer a criança rejeitar o acessório. "Não é aconselhável e pode até ser perigoso. O lúdico sempre funciona melhor e traz mais conforto para a criança", aconselha Alice.
Ela observa ainda que os pais devem ter bom senso e sensibilidade na hora de decidir trabalhar a retirada da chupeta em casa. Fazer isso em momentos em que a criança esteja emocionalmente instável não é recomendado. Assim, se ela estiver em fase de adaptação escolar, se está vivenciando um luto ou a chegada de um bebê na família, por exemplo, convém esperar mais um pouco. "Saber o momento certo é fundamental. Até para a criança não trocar um hábito por outro, como sucção de lábio ou roer unha", reforça a especialista.
Há casos em que a criança, quando fica sem a chupeta, passa a chupar o dedo. Nesse caso, segundo Alice, vale até repensar se não é melhor voltar atrás na remoção da chupeta. "O dedo é um hábito de mais difícil remoção. E a pressão que a criança exerce pode ser grande sobre a arcada dentária".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta