Os números da pandemia do novo coronavírus voltaram a crescer em boa parte do Brasil, inclusive no Espírito Santo. Entre o início da pandemia, com alta dos índices em maio e junho, e o fim do ano, com até 38 mortes por dia, como foi na segunda-feira (14), alguns pontos de atenção continuam os mesmos: idosos e pessoas com comorbidades ainda fazem parte de um grupo de risco, a doença não segue um desenvolvimento único no organismo e brasileiros ainda não foram vacinados. Diante disso, muito se debate sobre o comportamento dos jovens, que não fazem parte do grupo que normalmente tem complicações da doença, mas são responsáveis pela contaminação e transmissão do vírus no Estado.
De acordo com dados do governo estadual divulgados no início do mês de dezembro, pessoas com idade média de 29 anos representavam mais de 60% dos infectados em outubro.
Apesar de não fazerem parte do chamado grupo de risco, que contempla idosos, pessoas com comorbidade e até aqueles que trabalham na linha de frente contra a Covid-19, os jovens precisam conter a vontade de retomar a vida normalmente, levando em conta os riscos da doença.
É o que explica a psicóloga e comentarista da Rádio CBN Vitória Adriana Müller, que reforça a importância do equilíbrio entre o "quero", "posso" e "devo".
Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, durante o CBN e a Família desta terça-feira (15), a psicóloga chamou atenção para o amadurecimento de cada um, principalmente dos jovens, que influenciam os números da doença em todo o Brasil.
"Ao longo do amadurecimento, vamos antecipando os resultados de cada uma de nossas ações. Quando há esse poder, é possível criar estratégias de autocontrole. As pessoas sabem, conhecem a situação, mas muitos são inconsequentes, não medem os riscos", expressa.
Ao sair de casa, como dizem especialistas, o tamanho da bolha, o transporte utilizado e os cuidados no local influenciam e podem aumentar ainda mais o risco de contaminação.
Segundo a comentarista da Rádio CBN Vitória, os resultados possíveis de nossas ações devem ser bastante observados.
"Do ponto de vista psicológico, o resultado é impactante. As pessoas se arrependem após infectar alguém que pode ter um quadro mais grave da doença. São impactos emocionais muito grandes. Acho que os jovens não estão levando muito em consideração. Precisamos abrir mão do ganho imediato em função do ganho futuro, tudo pra manter a família protegida."
Por fim, Adriana Müller explica que o diálogo dentro de casa é a melhor forma de lidar com a situação. Equilibrando os desejos com os riscos é a forma ideal para não colaborar com o crescimento dos números da pandemia.
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