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Crossfit é vilão? Veja como evitar lesões

Crossfit é vilão? Veja como evitar lesões

Muita gente evita essa modalidade com medo de se machucar

Publicado em 22 de setembro de 2019 às 21:19

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"Já machuquei seriamente o ombro no surfe, muito tempo atrás. O crossfit ajudou a fortalecer essa região, me deu mais aptidão física. Nesse esporte, existem escalas, você vai evoluindo a cada dia. Antigamente, não conseguia correr nem um quilômetro. Hoje corro 10 km”, conta Raone Reis, cantor de 26 anos. (Vitor Jubini | GZ)

Imagine um cenário com pneus de caminhão de 200 quilos, cordas de navio supergrossas, argolas, barras, bolas de ferro. Bem-vindo ao box do crossfit, uma atividade que surgiu lá nos Estados Unidos (EUA) e que virou moda por aqui entre os mais antenados em vida saudável.

Mas como tudo que é novidade acaba gerando desconfiança, o crossfit ganhou fama de vilão, daqueles de dar medo. Isso porque muita gente acha que vai sair machucada da aula. Afinal, o crossfit é um dos campeões de lesões?

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Segundo o ortopedista Diógenes Ferreira Júnior, ainda não existem muitos estudos científicos sobre o assunto. Mas os que foram realizados até o momento, parecem desmitificar o tema.

“Dois estudos recentes avaliaram a incidência de lesões a cada mil horas de prática de diferentes modalidades esportivas. Em ambos, o crossfit apresentou incidência de lesões bem abaixo de modalidades como o futebol, basquete, voleibol e lutas”, destaca o médico, que fala por experiência própria, já que aderiu ao esporte há dois anos.

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NO CONSULTÓRIO

Ferreira avalia que, nos últimos anos, com a popularização do crossfit, o número de praticantes aumentou muito, atraindo pessoas de todas as idades. “Apesar disso, não tenho recebido tantos pacientes da modalidade no consultório. Ainda são muito mais frequentes os pacientes com lesões causas pela prática de futebol e corrida de rua, por exemplo”, observa ele.

(Vitor Jubini | GZ)

Daniel Pontelo Barboza, profissional da Educação Física que dá aulas de crossfit em um box na Praia da Costa, em Vila Velha, acredita que a má reputação dessa atividade vem também de como ela é praticada nos EUA.

“Lá, basta a pessoa fazer um curso de um final de semana para estar apto a dar aulas. Isso acaba colocando no mercado profissionais sem treinamento adequado. No Brasil é diferente. Aqui, para trabalhar como instrutor é preciso ser formado em Educação Física e ainda fazer o curso específico da modalidade.”

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Não quer dizer que não haja gente comandando boxes sem a devida capacitação por aí. “Por isso, é importante a pessoa buscar um espaço que tenha profissionais com treinamento adequado”, orienta Barboza.

Seguir essa recomendação, no entanto, não livra do risco de algum dano. “Estive recentemente em um congresso brasileiro de medicina do esporte, aonde o tema foi amplamente discutido. Foram apresentados estudos demonstrando os tipos de lesões associados à prática do crossfit: as regiões do ombro, coluna lombar e joelho são as mais acometidas e ocorrem principalmente por sobrecarga, ou seja, traumas de baixas intensidade sofridos repetidas vezes”, cita o ortopedista.

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Ele explica que as causas de lesões podem ser creditadas principalmente à falta de qualidade na execução dos movimentos, seja por fadiga muscular após muitas repetições, seja por falta de estabilidade articular e falta de orientação técnica adequada.

ADAPTADO

O crossfit não é para os fracos! Mas o professor Daniel garante que qualquer pessoa pode encarar esse tipo de exercício. “Tenho uma turma em que a maioria dos alunos têm mais de 60 anos de idade. A gente adapta o treino para a realidade da pessoa, respeitando os limites de cada um.”

E ninguém fica para trás. “No futebol, quem não sabe jogar é excluído. No crossfit não! Todo mundo torce e incentiva”, afirma o professor.

E aí, são muitas vantagens, diz ele. “É um esporte que trabalha muito o condicionamento físico. Como consequência, as pessoas acabam perdendo gordura e ganhando massa muscular.”

Aos 63 anos, Jania Barcellos Coelho pega pesado no treino e garante que, em quatro anos de prática, nunca se lesionou. Quer dizer, quase. “Uma vez fui pular no caixote e, como não tenho mais tanto equilíbrio, bati a canela. Hoje faço o mesmo exercício de forma adaptada. Em vez de pular, eu subo e desço”, conta a aposentada.

Apaixonada pelo esporte, Jania marca presença no box de crossfit todo dia. “Meu corpo mudou bastante, ficou mais definido, com mais força nos braços e pernas. E melhorei um problema de coluna que tinha e que me deixava sempre travada.”

No mesmo horário de Jania, bem cedo, está o cantor sertanejo Raone Reis, 26 anos. Ele também acha essa modalidade bem segura. “Já machuquei seriamente o ombro no surfe, muito tempo atrás. O crossfit ajudou a fortalecer essa região, me deu mais aptidão física.”

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