O Dia de Finados na próxima segunda-feira, em 2 de novembro é sempre bastante carregado de emoções e com uma tradição específica: a ida ao cemitério onde o ente querido foi sepultado. Mas como fazer as homenagens normalmente e frequentar esses locais em meio à pandemia da Covid-19, em que deve haver distanciamento social e que as aglomerações devem ser evitadas?
Segundo a psicóloga e comentarista da CBN Vitória, Adriana Müller, há formas de homenagear quem se foi, mesmo diante da pandemia do novo coronavírus que impõe restrições pela segurança.
"Fomos impedidos de realizar vários outros rituais referentes à despedida de nossos entes queridos. Acho que precisamos lembrar sempre de que quem partiu deixa uma história, um legado, e precisamos agradecer e fazer orações", explicou a psicóloga em entrevista ao jornalista Fábio Botacin nesta quinta-feira (29).
A especialista lembrou que foi um ano de muitas perdas e que por isso, não apenas no dia guardado para a celebração, familiares e amigos precisam "lidar com novas formas de homenagear pessoas queridas".
No Espírito Santo, desde o início da pandemia, 3.841 pessoas morreram em decorrência da doença, segundo dados do Painel Covid-19, após atualização na tarde desta quinta-feira.
"O dilema de ir ou não ir, que as pessoas podem enfrentar, acaba gerando angústia, ansiedade, mais estresse ainda. Podemos prestar homenagens, mas acho importante pensar em ir outro dia ou em outro horário, para que o momento gere o mínimo de angústia possível, que seja um apenas de homenagem", ressaltou Adriana Müller.
Durante o quadro CBN e a Família, Adriana afirmou que "é possível realizarmos alguns rituais que resgatem, continuem preservando o significado do dia de finados" e deu algumas sugestões para quem prefere evitar sair de casa.
"Podemos lembrar os valores, exemplos e boas histórias. Fazer uma oração para que as pessoas continuem sua jornada. Vale também fazer um pequeno altar com a foto da pessoa querida. As pessoas também podem se encontrar em uma reunião com os membros da família, pode ser pela internet", citou a psicóloga.
Por fim, Adriana Müller ainda recomendou que os familiares e amigos resgatem a memória de quem se foi através de uma "certidão de vida".
"Quando estamos diante da morte existe a emissão da certidão de óbito, que contém informações da pessoa e sobre o momento do óbito, como aconteceu. Proponho que as pessoas façam uma certidão de vida, com a mesma ideia, mas falando como a pessoa viveu e quais foram os valores, o legado. Concretizamos no formato de um documento."
As prefeituras da Grande Vitória definiram as regras de visitação aos cemitérios municipais no Dia de Finados. As orientações seguem no sentido de evitar o contágio da Covid-19. O uso de máscaras é obrigatório.
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