Diante da internação do senador Marcos do Val em UTI de hospital na Serra e do diagnóstico de isquemia e alteração no tamanho do coração, internautas questionaram qual seria a diferença da doença para um infarto. A reportagem de A Gazeta conversou com cardiologistas para esclarecer as principais diferenças entre as patologias.
De acordo com o especialista Diogo Barreto, de forma simplificada, a isquemia é a perda de fluxo de sangue para as células e infarto é a morte da célula.
Isquemia é a interrupção do fluxo de sangue para as células, as quais começam a morrer. A morte celular vem com o infarto. Há também isquemia cerebral e de membros, que apresentam como primeiros sinais a perda da funcionalidade e dor. Se a perda do fluxo de sangue for contínua, isso leva ao infarto, que é a interrupção total do fluxo, iniciou.
Para o caso do parlamentar, que apresentou alteração no coração, Barreto comentou que é possível tratar-se de miocardiopatia isquêmica dilatada.
Quando, principalmente no coração, há pequenas mortes de células, ele responde perdendo a função de bomba e mudando a anatomia do órgão, passando a ficar dilatado. Uma das principais causas da dilatação do coração é a causa isquêmica, apesar de existirem outras causas, como a hipertensão ou a doença de Chagas. Provavelmente, pelo diagnóstico, ele tem uma doença coronariana que levou à isquemia, com alguma morte celular e dilatação. Para tratar serão necessários medicamentos, explicou.
Segundo a cardiologista Patricia Abaurre, a isquemia ocorre quando há obstrução acima de 70%, geralmente na artéria, ou quando a artéria faz um espasmo, caracterizado pela contração e diminuição do fluxo de sangue para as células.
Isquemia é toda vez que diminui a quantidade de oxigênio e o infarto é quando ocorre a interrupção total do sangue para a célula do miocárdio. A angina, ou seja, limitação da irrigação sanguínea, quando não tratada, pode evoluir para o infarto, afirmou.
A isquemia pode ser silenciosa, ou seja, não ter sintomas, ou pode ter manifestação clínica. Por Marcos do Val ter sido atleta, a angina no caso dele deve ser instável, que é aquela que tem início recente ou a que acontece em repouso, ou ainda quando a demanda de oxigênio é maior do que o normal, por exemplo nos casos de paciente com anemia ou infecção.
Assim como Barreto, Patrícia explicou que a limitação do fluxo sanguíneo, quando não tratada, pode evoluir para um infarto. O maior risco da angina instável é o infarto, por isso que o paciente é levado à UTI e que deve tomar anticoagulante, além de antiagregantes plaquetários. Quando existe alteração no tamanho do coração, a gente chama de miocardiopatia dilatada. Mas, por ele ter sido atleta, é pouco provável este quadro. A tendência, após o tratamento adequado, é de que com 48h a 72h o quadro melhore, ressaltou.
Para o cardiologista Diogo Barreto, os fatores de risco estão relacionados aos quadros de hipertensão, colesterol alto, tabagismo, diabetes, estresse e genética.
Se a pessoa tem histórico na família de algum infarto enquanto jovem, principalmente homem com menos de 55 anos e mulher com menos de 65 anos, está sim sujeito a maior risco. Outra questão é a dislipidemia, que é o colesterol alto, além do colesterol alto de origem familiar. A maneira de prevenir é cuidando destes fatores. Infelizmente no caso do fator genético a gente não consegue fugir, mas hipertensão dá para tratar, diabetes dá para controlar e estresse dá para conseguir evitar, com atividade física, por exemplo. No caso do tabagismo, quem fuma deve parar, finalizou.
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