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Dor crônica afeta a vida dos pacientes de câncer

Dor crônica afeta a vida dos pacientes de câncer

Pesquisa americana estima que 35% dos sobreviventes de um tumor maligno naquele país vivem com dor crônica

Publicado em 19 de setembro de 2020 às 08:02

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Paciente em tratamento contra o câncer: como fazer em período de pandemia?
Dor crônica é comum entre sobreviventes do câncer. (National Cancer Institute/Unsplash)

O trabalho do Sistema de Saúde Monte Sinai, nos Estados Unidos, estima que 35% dos sobreviventes de um tumor maligno naquele país vivem com dor crônica, o que representaria mais de 5 milhões de indivíduos em solo americano.

Os autores avaliaram quase 60 mil participantes de um inquérito nacional sobre saúde, que questionou a incidência de dor num período de seis meses. Pouco mais de 4.500 haviam tratado um câncer – o de pele não-melanoma, comum e relativamente fácil de eliminar, não foi considerado na conta.

O oncologista Loureno Cezana, do Cecon/Oncoclínicas, explica que em toda consulta oncológica se aborda o assunto dor. “A dor em oncologia tem várias origens, mas a que mais nos preocupa são aquelas em que a presença do tumor comprime estruturas, nervos. Também temos dores associadas a medicamentos, como quimioterápicos e alguns medicamentos orais, como os inibidores da aromatase, usados no câncer de mama”, diz.

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A dor em oncologia tem várias origens, mas a que mais nos preocupa são aquelas em que a presença do tumor comprime estruturas, nervos

Loureno Cezana
Oncologista
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O médico conta ainda que também existe, associado ao tratamento oncológico , uma chance de complicações como herpes zóster, esse secundariamente leva a uma inflamação nos nervos e uma dor crônica. “Felizmente dor forte e crônica é uma situação não usual para boa parte dos pacientes que fazem o diagnóstico da neoplasia numa fase precoce. O controle da dor é uma preocupação recorrente em oncologia e, por isso, tentamos da melhor forma, com acompanhamento multiprofissional com enfermagem, fisioterapeutas, psicóloga, especialista em cuidados paliativos e médicos subespecializados no tratamento de dor, bem como uso de analgésicos mais modernos, aliviar esse sintoma do paciente”.

A médica paliativista Carolina Sarmento diz que todo paciente portador de uma doença que ameaça a vida pode experimentar a dor, que é justamente uma experiência desagradável, subjetiva, única, sensorial e emocional, não necessariamente associada a dano tecidual do organismo.

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A dor que dói não é só o tumor, a metástase, a lesão no osso. Não é só o tratamento oncológico, que muitas vezes lesiona nervos e causa neuropatia periférica. Tem outros muitos mecanismos que fazem o paciente experimentar a sensação desagradável da dor

Carolina Sarmento
Médica paliativista
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“A dor que dói não é só o tumor, a metástase, a lesão no osso. Não é só o tratamento oncológico, que muitas vezes lesiona nervos e causa neuropatia periférica. Tem outros muitos mecanismos que fazem o paciente experimentar a sensação desagradável da dor. O nome disso se chama dor total, e quando falo isso é para que possamos entender que existem outras questões que não somente físicas, mas também sociais, psicológicas ou espirituais que fazem um paciente, especialmente o oncológico, ter ou sentir mais ou simplesmente ter uma dor”.

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