Na festa realizada em A Fazenda 12 na última sexta-feira (25), os peões Mariano e Lipe Ribeiro deram o que falar nas redes sociais após improvisarem um drink com álcool gel depois que toda a bebida alcoólica da festa havia acabado. Além de tomarem a mistura, os rapazes ainda ofereceram aos colegas do reality que brincavam na piscina. Por conta do comportamento dos dois, todos os peões foram penalizados e ficaram sem água encanada por 48 horas.
O momento de visibilidade do tema está sendo utilizado para alertar sobre os riscos de ingerir o chamado álcool substituto, termo que classifica os produtos que contêm um tipo de álcool que não é apropriado para consumo humano, como álcool em gel, perfume e até produtos de limpeza.
O drink com álcool gel foi o ápice dos episódios que vêm ocorrendo de consumo abusivo de álcool pelos peões, e que tem exposto os participantes a situações delicadas, inclusive para a própria saúde. O consumo de bebidas feitas com álcool substituto é perigoso e pode trazer consequências sérias à saúde, mesmo quando ingeridas em pequenas quantidades, alerta a médica Erica Siu, vice-presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA).
Em pequenas quantidades, o álcool promove uma desinibição, mas com o aumento do consumo o indivíduo passa a apresentar falta de coordenação motora, uma diminuição da resposta aos estímulos, fala pastosa e redução da capacidade de tomar decisões racionais ou de discernimento, podendo chegar, em casos extremos, à inconsciência e coma alcoólico, explica a médica.
Brenda Reblin é nutricionista há 12 anos e alerta que os riscos da ingestão dos produtos para o organismo vão além da intoxicação. Segundo ela, como o próprio nome diz, se o produto é para fins sanitários, não deve ser ingerido por humanos. É indicado para uso externo. Para ingestão, temos a bebida alcoólica, que, vale lembrar, é feita com álcool e outros ingredientes, nunca somente álcool, salienta.
A profissional ressalta que o álcool utilizado para limpeza e desinfecção é um produto que tem cerca de 70% a 100% de álcool. Enquanto uma cerveja, por exemplo, tem em média 5% de álcool. Essa quantidade excessiva de álcool maximiza os efeitos nocivos do álcool, como sedação , irritação de mucosa do sistema gastrointestinal, dor de cabeça, vômito, falta de ar, perda de coordenação e diminuição do tempo de reação, pontua.
Brenda chama atenção ainda para o fato de que os peões já haviam ingerido determinada quantidade de bebida alcoólica antes de tomarem os drinks feitos com álcool para limpeza. O indivíduo está colocando sua saúde em risco. Esse comportamento é comum em pessoas que sofrem de dependência do álcool, complementa.
Além disso, o álcool para limpeza pode conter substâncias tóxicas (compostos sanitizantes) que o inviabilizam para consumo humano e podem levar a danos severos ao organismo, com consequências inesperadas, e até a morte, finaliza.
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