Com intuito de restabelecer a saúde de pacientes que estiveram internados por conta da Covid-19, um grupo de fisioterapeutas têm oferecido atendimentos gratuitos em todo o país. "Começamos a perceber que essa patologia se apresentava em alguns pacientes de forma muito grave, principalmente nos que ficavam entubados ou com ventilação mecânica na UTI. Esses pacientes saem apresentando uma grande perda de massa muscular e força, além de um cansaço bastante presente por conta do descondicionamento cardiorrespiratório", explica a fisioterapeuta Luana Motta Soares. Ela e as profissionais Cláudia Dutkiewcz, Monica Kestener e Renata Uchoa moram em São Paulo e estão na coordenação do projeto que já conta com a participação de 100 fisioterapeutas voluntários espalhados por todo o país.
O Fisioterapia Sem Fronteiras Covid-19 propõe restabelecer a saúde e promover a melhora da qualidade de vida no período pós-alta hospitalar. Os contatos para atendimentos podem ser realizados através das redes sociais, entre elas o @fisiosemfronteiras, por qualquer pessoa que teve a Covid-19 e precisou de internação. As sessões de fisioterapia são realizadas por videochamada através do celular. "A maioria desses pacientes teve alterações motoras e respiratórias e, com os atendimentos, queremos trazer de volta essas funcionalidades. Fazer com que eles voltem às atividades diárias que foram alteradas, como escovar os dentes, pentear o cabelo, conseguir trocar a própria roupa, caminhar e dirigir o carro", explica Luana.
O autônomo Eduardo Tanaka ficou 17 dias internado, sendo 12 deles entubado com ventilação mecânica. "A minha musculatura ficou muito frágil. Quando saí da UTI não conseguia ficar em pé", conta. Desde que voltou para casa ele tem feito, toda semana, sessões de fisioterapia gratuitas. "Comecei a ter forças e já consigo andar", conta.
Os profissionais de saúde focam em exercícios de condicionamento cardiorrespiratório, de força e resistência muscular. "Ensinamos aos pacientes e eles vão reproduzindo em casa. Os exercícios são importantes para que essas pessoas voltem às funcionalidades, principalmente ganhando força e resistência muscular que otimizem o condicionamento cardiorrespiratório", explica Luana.
De acordo com a profissional os exercícios são de extrema importância, já que os pacientes tiveram uma evolução muito rápida e ficaram hospitalizados muitos dias. "É fundamental, mesmo para aqueles que não precisaram de ventilação mecânica. A fisioterapia traz de volta as funcionalidades que a pessoa tinha antes de ser internada".
O número de sessões é estabelecido individualmente já que depende de cada caso. No primeiro contato é feito uma avaliação onde é possível o profissional detectar o grau de complexidade que varia de 1 a 3, sendo o primeiro leve e o último severo. "Muitos voltam para casa acamados e debilitados. Também orientamos para que eles façam exercícios em casa. Quanto mais prática maior é o ganho de mobilidade", diz Luana. Atualmente o projeto está atendendo 10 pacientes.
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