A morte do cantor português Roberto Leal, aos 67 anos, no último domingo, traz à tona a importância da prevenção ao câncer de pele. Leal tinha o tipo mais raro e agressivo da doença: o melanoma.
Segundo a dermatologista Irene Baldi, o melanoma não é o tipo mais comum de câncer da pele, mas ele tem uma capacidade altíssima de se espalhar.
É um câncer muito perigoso por seu nível de malignidade. Ele se espalha para outros órgãos rapidamente, o que o torna letal, explica a médica.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 6.260 novos casos desse tipo de câncer de pele serão diagnosticados entre 2018 e 2019.
Os fatores de risco para a doença são: pele clara, exposição exagerada ao sol, pintas que mudam de cor, forma e tamanho e outros casos da doença na família. O mais comum é o aparecimento do melanoma em qualquer lugar da pele humana, incluindo unhas e couro cabeludo; mas esse tumor também pode surgir nas mucosas, olhos e sistema nervoso central, cita o dermatologista Elimar Gomes, coordenador da Campanha do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Às vezes é uma pinta preta que aparece debaixo da unha, e a pessoa acha que é um machucadinho de pele. Ou é uma mancha escura dentro da boca, por exemplo, complementa Irene.
Tipos
O câncer da pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Existem diferentes tipos de câncer da pele, sendo os mais comuns denominados carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular chamados de câncer não melanoma e que apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente.
O melanoma, apesar de não ser o tipo de câncer da pele mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente letal. Porém, quando descoberta no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura.
As pessoas não têm noção desse perigo. Elas têm pintas e lesões que se modificam e acham que é bobagem, alerta Irene.
Pessoas de pele clara, que se expõem muito a sol e têm muitas pintas precisam ficar mais atentas e ir a um dermatologista pelo menos duas vezes ao ano.
Elas devem sempre se examinar, ver se as pintas mudam de cor, de tamanho, de textura. Se é uma pinta comum que começou a coçar, é porque ela está sofrendo alguma modificação. Se era castanha clara e ficou castanha escura, é outro sinal de que algo está errado. Tem as pintas que nascem redondas e depois ficam com bordas assimétricas. E tem as que coçam e sangram. Mas o paciente não tem capacidade de detectar o que é ruim. É o médico especialista que deve fazer o diagnóstico, destaca a dermatologista.
A olho nu nem o médico consegue distinguir o tipo de câncer, segundo ela: A gente suspeita, até pelas características. Mas só com a biópsia ou um exame chamado dermatoscopia para termos o diagnóstico.
Saiba mais
O que é
O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo na forma de manchas, pintas ou sinais em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a pinta ou o sinal, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar coceiras, descamação e sangramento. Pode ser uma ferida que nunca cicatriza
Como identificar
Uma regra adotada internacionalmente é a do ABCDE, que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma:
Assimetria - Uma metade do sinal é diferente da outra
Bordas irregulares - contorno mal definido
Cor variável - presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul)
Diâmetro - maior que 6 milímetros
Evolução - mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor)
Prevenção
a Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta que as pessoas se examinem com periodicidade, consultando um dermatologista em caso de suspeita. Também é importante ficar de olho nos familiares, pois muitas vezes os cânceres podem aparecer em regiões que não é possível ver sozinho
Tratamento
A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio
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