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Novas vovós fazem treinamento para a maternidade de hoje

Novas vovós fazem treinamento para a maternidade de hoje

Cursos ajudam a preparar mulheres para a chegada dos netos

Publicado em 24 de março de 2019 às 00:03

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Mônica com a filha, Lygia, e as roupinhas de Daniel, que nascerá em abril. (Ricardo Medeiros)

Mônica Pretty não vê a hora de Daniel chegar, o que vai acontecer agora em abril. A ansiedade é grande, até porque a última vez em que ela cuidou de um bebê foi há 29 anos, quando teve seu caçula. Era tudo diferente naquela época. Agora, Mônica vai vivenciar isso novamente, só que como avó. Ou seja, ela não será a protagonista da história.

“Bate um certo medo de não saber lidar com um bebê, de não corresponder às expectativas da minha filha”, admite a servidora pública de 55 anos.

Os tempos são outros, de fato. E as avós também são outras. Mônica, por exemplo, soube de uma espécie de curso que prepara avós para o papel e pensou em fazer. Existem treinamentos específicos para quem vai ganhar netos e quer se atualizar sobre o que mudou, tecnicamente falando, a respeito dos cuidados com um bebê. E sobre como ocupar esse espaço na nova família que se forma.

“No nosso encontro, vamos chamar as avós para um bate-papo, para passar para elas como está a maternidade de hoje. Elas querem ajudar a cuidar do neném e se queixam de não saber mais nada”, diz Romina Amarante, idealizadora de um espaço que promove cursos e palestras com temas voltados para gestantes, em Vitória.

Expectativas

O evento para as vovós será no próximo dia 30 e vai tratar muito além dos ensinamentos práticos e úteis para a rotina do bebê. “É um momento para elas falarem dos desejos, das expectativas. Quando nasce o bebê, pode haver um certo conflito entre mãe e filha. Muitas avós querem assumir o papel da mãe”.

Mesmo com uma função considerada, por vezes, secundária, as avós têm muito a contribuir. E não é só com a troca de fraldas do recém-nascido. “Em vez de querer dar o primeiro banho do bebê, a avó deve saber que quem precisa de um cuidado maior nesta fase é a filha, que é uma mãe que acaba de nascer. O puerpério é um momento muito delicado”, observa a psicóloga Gabriela Bozzi Conholato, que participará do curso.

Talvez a melhor forma de ajudar seja saindo um pouco de cena. “A avó tem que deixar que a mãe faça a maternagem, dar esse espaço a ela, afinal, é um momento em que ela cria o vínculo com o bebê. Entendendo isso, a avó talvez consiga respeitar esse espaço e ajudar em outras coisas”, diz Gabriela.

Às voltas com o enxoval e o quartinho do neto, Mônica tenta se acostumar com tanta novidade: “Até o Daniel nascer, minha preocupação é com minha filha. Ela quer parto normal e me pediu para participar. Mas não sei se vou conseguir. Sou da época em que o médico marcava a cesárea no início da gravidez já. Tive duas cesáreas.”

Ela se orgulha ao ver a filha, Lygia, tão informada sobre tudo, mas não disfarça o lado superprotetor. “Vou ter que aprender a ser avó. Porque acho que vou querer fazer tudo. E uma avó tem que saber onde pode se meter, tem que ter essa sabedoria. Porque o bebê é de outra família, não é meu. É como pisar em ovos. O que sei é que quero estar por perto deles”, diz Mônica.

Quanto a isso, ela não terá nenhuma dificuldade, no que depender da mamãe do Daniel. “Minha mãe é uma das pessoas mais importantes para mim. Vou querer que ela esteja por perto todos os dias, toda hora que ela puder”, diz a empresária Lygia Bellotti, 33 anos.

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