As novidades no setor de estética e bem-estar surgem a todo o momento, e é comum que alguns novos tipos de terapias caiam no gosto das celebridades, como Kim Kardashian, Angelina Jolie, Luciana Gimenez e Gabriela Pugliesi. Estamos falando da soroterapia, ozonioterapia, e do PRP (plasma rico em plaquetas).
Conversamos com o biomédico Carlos Rogério Pereira, que explicou as diferenças sobre cada uma delas, destacando seus pontos especiais.
SOROTERAPIA
A soroterapia também é conhecida popularmente como terapia endovenosa, pois consiste na infusão de substâncias diluídas em soro fisiológico por via venosa. As substâncias são as mais variadas, e vão desde vitaminas, oligoelementos, sais minerais, aminoácidos, anti-homotóxicos, antioxidantes, a até medicações alopáticas, complementou Carlos.
Essa técnica é algo de rotina, ou seja, pode-se fazer com certa frequência. Porém, segundo o biomédico, em pessoas que tenham os vasos sanguíneos mais fragilizados, a terapia deve ser feita com mais atenção.
O foco principal da terapia endovenosa é provocar a absorção total de certa substância pelo corpo. A soroterapia administra doses mais elevadas visando um aproveitamento de 100% de biodisponibilidade de uma substância, sem que hajam perdas decorrentes do ácido estomacal, contato com mucosa, absorção insuficiente por via oral, comprometimento do trato digestivo, dentre outros, esclareceu o biomédico.
OZONIOTERAPIA
Já com alguma fama, a ozonioterapia é usada há muito tempo - tendo sido descoberta em 1840 pelo Dr. Christian Friedrich Schoenbein - e muito aplicada durante a 1ª Guerra Mundial, no tratamento de feridas em soldados. A técnica consiste em uma terapia que tem como base o uso do oxigênio.
Os benefícios desse tratamento são inúmeros, como a estimulação imunológica: maior produção de interferons (proteína produzida pelos leucócitos, que atua na defesa das células), estimulação de Fator de Necrose Tumoral (inibidor do câncer), antiagregante plaquetário (prevenção de trombose), além da melhora na circulação, salientou Carlos Rogério.
O biomédico acrescenta que essa é uma das novas terapias mais seguras, mas vale ressaltar que, no Brasil, ela só é permitida como tratamento complementar. Apesar de em alguns países como Alemanha, Espanha, Bélgica, Portugal, e alguns estados dos Estados Unidos ela já ser regulamentada e amplamente usada.
PLASMA RICO EM PLAQUETAS
Essa nova terapia, plasma rico em plaquetas, também é abreviada como PRP, e é conhecida de muitos, incluindo o jogador Neymar, que optou pela terapia em uma lesão, ao invés da cirurgia. Essa nova técnica se inclui nas chamadas terapias regenerativas, por conta de sua grande capacidade de recuperação de melhora, dependendo do trauma.
O PRP pode ser considerado o produto derivado do processamento do sangue em laboratório, ou seja, o sangue é coletado, centrifugado e suas plaquetas são separadas de seus outros componentes. O sangue carrega consigo 10% de plaquetas, quando realizamos a extração de PRP, conseguimos concentrar até 90% de plaquetas, explicou o biomédico.
Ele acrescenta que o objetivo da utilização desse PRP é acelerar a regeneração de tecidos, partindo do princípio da influência das plaquetas em alguns processos. Leva-se em consideração o trabalho realizado pelas plaquetas nos processos de coibição de hemorragias, processos inflamatórios com a presença de macrofagócitos e neutrófilos e de regeneração e cicatrização onde existe a presença de fatores de crescimentos derivados das plaquetas que provocam a proliferação e diferenciação celular até o reparo e total regeneração do tecido lesado, ressaltou o profissional.
Por ser algo extraído do próprio corpo, o PRP se constitui como um produto orgânico, atóxico, e não imunorreativo. Além de não utilizar métodos invasivos em sua aplicação. Segundo Carlos Rogério, esse tratamento também já vem sendo utilizado em larga escala nos Estados Unidos e Europa.
Inclusive na área da estética o PRP também já é querido de muitos, pois, por conta de sua grande liberação de fatores de crescimento, ele auxilia na produção de colágenos e elastina que vão proporcionar reparação e rejuvenescimento tecidual da pele.
As contraindicações ficam ligadas apenas a pessoas que têm um baixo número de plaquetas no sangue - plaquetopenia.
VALE RESSALTAR
No Brasil, apesar de serem feitas, essas terapias ainda não foram aprovadas pelo Ministério da Saúde. Porém, elas podem ser feitas desde que seja de forma voluntária. A pessoa pode se voluntariar, mas deve haver um protocolo, com um termo de consentimento livre e esclarecido assinado pelo paciente, esclareceu Margareth Zaganelli, professora de Direito da UFES, especializada em Bioética.
Segundo ela, isso acontece pois o paciente é considerado um ser autônomo, e consciente de seus tratamentos. A pessoa pode se recusar, ou aceitar aquele novo tratamento. Mas em todo caso o paciente tem o direito de ser informado dos riscos, e possibilidades de sequelas, disse ela.
Ela explica ainda que o profissional não pode cobrar pelo serviço desses novos tratamentos, mas pode cobrar pelo produto usado - desde que este seja devidamente regulamentado.
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