Acostumada a encarar diariamente os engarrafamentos na Terceira Ponte, busco sempre uma estratégia para me manter zen no trânsito, principalmente entre minha casa e o trabalho. Sempre que coloco uma musiquinha, me sinto melhor ao volante, claro. Parece que me aborreço menos com a lentidão dos carros. Mas isso não é apenas uma sensação minha.
Uma pesquisa feita por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Marília indicou que dirigir ouvindo músicas alivia o estresse no coração. No estudo, o gênero musical que produziu esse efeito foi o instrumental.
Os pesquisadores analisaram o impacto da música no estresse do coração de cinco mulheres saudáveis com idade entre 18 e 23 anos, consideradas condutoras eventuais dirigem entre uma e duas vezes por semana e que tiraram a carteira de habilitação recentemente.
Optamos por avaliar condutoras não habituais porque as que dirigem com frequência e há mais tempo já estão melhor adaptadas a situações de estresse no trânsito, explicou à Agência Fapesp Vitor Engrácia Valenti, coordenador do projeto.
As voluntárias foram avaliadas ao longo de dois dias, em situações diferentes e de modo aleatório. No primeiro dia, elas dirigiram durante 20 minutos, em um trajeto de três quilômetros, em uma região movimentada da cidade de Marília, no noroeste de São Paulo. O teste foi feito no horário de pico entre 17h30 e 18h30 sem ouvir música.
Em outro dia elas refizeram o trajeto, com a mesma duração e no mesmo período do dia, ouvindo músicas instrumentais com um aparelho de som acoplado ao carro, já que o uso de fone de ouvido é classificado como uma infração de trânsito.
Para aumentarmos o grau de estresse, elas dirigiram um carro que não era o delas, porque se cada uma dirigisse o próprio automóvel o nível de estresse seria reduzido, afirmou Valenti.
Para avaliar o nível de estresse no coração das voluntárias, foi analisada a variabilidade da frequência cardíaca as oscilações no intervalo de tempo entre dois batimentos cardíacos consecutivos por meio de um monitor de frequência cardíaca acoplado ao tórax. A variabilidade da frequência cardíaca é influenciada pela atividade dos sistemas nervoso simpático que acelera os batimentos cardíacos e parassimpático que induz a desaceleração dos batimentos cardíacos.
A elevação da atividade do sistema nervoso simpático reduz a variabilidade da frequência cardíaca e a do sistema parassimpático a aumenta, explicou Valenti.
Os resultados das análises indicaram uma diminuição da variabilidade da frequência cardíaca das voluntárias ao dirigir sem ouvir música, indicando uma redução da atividade do sistema nervoso autônomo parassimpático e a ativação do sistema simpático.
Em contrapartida, foi observado um aumento da variabilidade da frequência cardíaca das motoristas ao ouvir música em razão do aumento da atividade do sistema nervoso parassimpático, além de redução do sistema simpático. Ouvir música diminuiu a leve sobrecarga de estresse que as voluntárias foram submetidas ao dirigir, comentou o professor.
Com informações da Agência Fapesp.
Embora a pesquisa se refira à músicas instrumentais, a equipe da Revista.ag resolveu sugerir algumas músicas para você escutar no carro. Elas podem compor sua playlist e te ajudar a relaxar ou dar aquela animada na hora de encarar no trânsito de cada dia. Então, adiciona aí e aumenta o som!
Abba - Dancing Queen
Queen - Bohemian Rhapsody
Tulipa Ruiz - Só sei dançar com você
Nando Reis - Pra você guardei o amor
Ivete Sangalo - Faraó Divindade do Egito
Maria Bethânia- Reconvexo -
Caetano Veloso - Não Enche
Bradley Cooper - Maybe It's Time
Al Green - Let's Stay Together
Queen - Don't Stop Me Now
Anitta e Silva - Fica tudo Bem
Barão Vermelho - Pro Dia Nascer Feliz
Silva - Infinito Particular
Roberta Sá - Amanhã é Sábado
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