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Professores terão aulas de primeiros-socorros

Professores terão aulas de primeiros-socorros

Lei obriga capacitação em escolas das redes pública e privada

Publicado em 1 de abril de 2019 às 21:05

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Pessoas fazendo curso de primeiros-socorros. (Shutterstock)

Quem lida com crianças pequenas sabe do risco de engasgo ou sufocação, uma das principais causas de morte acidental de bebês de até um ano de idade. Em 2016, segundo o Ministério da Saúde, 800 crianças morreram por esse motivo no país.

Uma moeda, uma tampa de caneta, peças pequenas de brinquedos ou mesmo alimentos podem causar engasgo. Com sorte, alguém treinado por perto pode salvar uma vida num momento de emergência. Graças uma lei sancionada em outubro de 2018, com prazo de 180 dias para começar a vigorar, professores e funcionários de escolas, públicas e privadas, de ensino infantil e básico, deverão ser capacitados em primeiros-socorros.

A lei 13.722, de 2018, também conhecida como Lei Lucas, foi criada em homenagem a Lucas Begalli Zamora, de 10 anos. O menino morreu em setembro de 2017 após engasgar com um pedaço de cachorro-quente durante um passeio escolar, em Campinas (SP). Na ocasião, não havia ninguém preparado para socorrê-lo a tempo de evitar a tragédia. Desde então, a família de Lucas lutou para que houvesse um treinamento de profissionais envolvidos com educação ou recreação de crianças e adolescentes.

Cultura

Quem lida com esse tipo de serviço comemora a aprovação da medida. “Essa legislação é fundamental. A exemplo de outros lugares do mundo, acidentes com crianças acontecem com certa frequência. Mas no exterior já há uma cultura de prevenção. Nos Estados Unidos, por exemplo, todo restaurante tem um cartaz ensinando como desobstruir as vias aéreas em caso de engasgo. É algo que pode acontecer com qualquer pessoa a qualquer momento”, observa o médico capixaba Erick Freitas Curi, presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologistas (SBA).

Idealizador do “Salve uma Vida”, projeto de extensão da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) que, desde 2017, visa a capacitar a população em geral em primeiros-socorros, o médico destaca a importância de um atendimento rápido em situações de emergência.

“É preciso capacitar as pessoas para realizar manobras de reanimação em casos de engasgo, afogamento, que podem levar a uma parada cardiorrespiratória. Um leigo pode conseguir fazer um diagnóstico rápido e iniciar as manobras de desobstrução, fazer a massagem cardíaca. É um tempo de ouro que pode salvar uma vida. Cada minuto que a pessoa, criança ou adulto, passa em parada cardíaca diminui em 10% a chance de sobrevivência dela. E ao final de 10 minutos, é praticamente impossível trazer de volta à vida uma pessoa eu teve parada cardíaca”, explica Curi.

As escolas, agora, terão que oferecer anualmente esse treinamento a seus funcionários. Espaços de recreação infantil também deverão seguir a norma. Um serviço que pode ser oferecido também pelo Corpo de Bombeiros ou empresas privadas cadastradas na corporação.

Demanda

Segundo o comandante do 1º Batalhão dos Bombeiros, que cobre os municípios de Vitória e Vila Velha, tenente-coronel Scharlyston Martins de Paiva, os bombeiros já estão atentos a essa nova demanda.

“Sempre fizemos esse tipo de serviço, mas agora estamos nos organizando com as prefeituras de Vitória e Vila Velha, com o governo do Estado e com o sindicato das escolas particulares para elaborar um cronograma de treinamento, que inclui desde prevenção a incêndios a primeiros-socorros”.

O coronel Paiva lembra que o treinamento não descarta a necessidade de um atendimento especializado em casos de acidentes do tipo. “É preciso que esses profissionais, principalmente os que lidam com crianças pequenas, tenham conhecimentos básicos para um primeiro atendimento, que saibam como agir numa emergência, como quem vai ligar para o Samu ou os Bombeiros, quem vai agir em caso de engasgo, onde estarão os equipamentos de primeiros-socorros, por exemplo”.

Informe-se

Projeto Salve uma Vida: E-mail: [email protected]

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Corpo de Bombeiros (Vitória e Vila Velha): E-mail: [email protected]

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