Em quase seis meses de isolamento social, com objetivo de tentar barrar a cadeia de transmissão do novo coronavírus, você provavelmente já viu algum amigo ou conhecido próximo desrespeitando as regras de distanciamento social ou se posicionando de forma diferente de você, seja com relação à religião, política ou qualquer outro tema. Esse sentimento de incompreensão da amizade tem acontecido com muita gente, segundo a psicóloga e comentarista da Rádio CBN Vitória, Adriana Müller. Isso resulta, em muitos casos, em um processo de revisão da amizade.
A psicóloga lembra que durante a pandemia da Covid-19, as redes sociais e os jogos on-line são os novos "locais de relacionamento", já que não há o encontro presencial com a mesma frequência. Dessa forma, o que é "curtido" nas plataformas digitais influencia diretamente na aliança entre duas ou mais pessoas.
"A interação (durante o período) aconteceu de forma predominante pelas redes sociais. As pessoas continuaram se encontrando, mas começou a ter uma revisão, um filtro de como cada um percebe o comportamento e atitude do outro. A partir disso, muitos analisam se os valores ainda são os mesmos", explicou a comentarista.
Segundo Adriana Müller, a análise é baseada no posicionamento, seja criticando ou apoiando determinado fato. A psicóloga reconhece que esse processo "pode ter criado a quebra de sintonia".
Um outro ponto que pode promover a "quebra", independentemente do período atípico causado pelo novo coronavírus, é a mudança de vida ao longo do tempo.
"Ao longo da nossa vida vamos mudando, os gostos são diferentes de acordo com a idade. Isso gera um ajuste na sintonia, por isso ao longo da vida poucos amigos ficam consistentes", lembra.
Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, durante o CBN e a Família desta terça-feira (15), a psicóloga ressaltou a importância da amizade como "vínculo significativo" e que "consolida nossa identidade".
"Se as posições continuarem divergindo, fica a história bonita da amizade e após um momento de transformação cada um segue o seu rumo. O olhar muda e algo muda dentro de nós", finaliza.
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