Quem é fã de comida mineira deve ter provado algum prato com esse ingrediente. Ele tem um nome engraçado, mas é altamente nutritivo, desses que deveriam estar na nossa mesa no dia a dia.
A ora-pro-nóbis (orai por nós em latim) é uma hortaliça pouco conhecida pelos lados de cá. Tanto que não é tão fácil encontrá-la em qualquer mercado ou feira. Vale tão a pena que muita gente compra até pela internet ou planta em casa, diz a médica Mariana Comério.
Por ser rica em proteína, é conhecida como carne dos pobres. Ela tem na composição pelo menos 25% de proteína. É uma quantidade suficiente para uma refeição, por exemplo. Por isso é tão consumida por vegetarianos e veganos, destaca a médica.
Por isso, quem costuma comer apenas alface nas refeições deve começar a rever esse hábito. Alface só tem fibras, praticamente nada mais. Poucas folhas tem tantos benefícios, com tantos nutrientes, como a ora-pro-nóbis, observa Mariana.
De acordo com a nutricionista Giselli Morais Prucoli, um adulto sadio deve comer, em média, um grama de proteína por quilo. Ou seja, uma pessoa de 70kg deve ingerir 70 gramas de proteína diariamente. Assim, consumindo numa refeição 100g de ora-pro-nóbis, a pessoa já terá 25 gramas de proteína, indica ela.
FERRO
A ora-pro-nóbis tem bastante ferro também. Mas se destaca perante outros verdes, como couve e espinafre, por exemplo, por outro motivo. Outros vegetais também têm ferro, mas ele não é facilmente absorvido pelo organismo, como acontece com o ferro presente na carne vermelha. Por isso, a orientação nesses casos é sempre consumir as folhas com alimentos ricos em vitamina C para melhorar essa absorção. Só que a ora-pro-nóbis já tem vitamina C na composição dela também. Chega a ter quatro vezes mais que a laranja. Então, é mais completa nesse sentido, explica Giselli.
A planta traz ainda muita fibra, o que faz dela uma boa opção para quem intestino ruim, que sofre de constipação, segundo a doutora Mariana Comério.
A hortaliça pode ser consumida refogada ou crua em saladas, por exemplo. O sabor, segundo a nutricionista, é neutro. Por isso, é difícil alguém não gostar, diz.
A secretária Thais Nucci, 37 anos, incluiu a ora-pro-nóbis na dieta. Ela, que é vegana, foi atrás da planta para ter em casa. Consegui uma muda e plantei em dois vasos. Ainda estão crescendo, mas consigo já usar no suco verde. Estou louca para usar em mais receitas, comenta ela.
Como também é triatleta, Thais sabe que precisa de um reforço extra na alimentação. Procuro tudo que pode me ajudar, afirma.
O que é
Pereskia aculeata é o nome científico desta planta conhecida popularmente por ora-pro-nóbis - que vem do latim e significa orai por nós
O nome
Esse nome vem lá dos tempos coloniais em Minas Gerais, quando a expressão era comum nas missas católicas. Reza a lenda que muitas igrejas tinham cercas feitas dessa planta. E enquanto o padre realizava a cerimônia, as pessoas aproveitavam para colher a hortaliça
Cultivo
É uma planta de fácil cultivo, que se dá bem em qualquer solo, gosta de luz e é resistente. Pode ser usada em cercas vivas ou para ornamentar a casa
Propriedades
A ora-pro-nóbis tem um alto teor de proteína: cerca de 25% da planta. É rica em ferro, manganês, vitamina C e cálcio. Por isso, é recomendada para pessoas com anemia e desnutrição, por exemplo. Também tem muita fibra, ajudando no funcionamento do intestino. Por ter vitamina A, é boa para a pele, cabelos, visão. Por ter ácido fólico, é indicada para gestantes
Como consumir
O sabor da planta é neutro. Em terras mineiras, as partes mais apreciadas são as folhas. É habitual comê-las refogadas ou cruas. Na maioria das vezes, elas acompanham ou compõem os pratos principais. Esse é o caso, por exemplo, do Frango com ora-pro-nóbis
Outras formas
Vale moer as folhas, de forma que virem um pó a ser usado em receitas como de pães, tortas, sopas etc
Fontes: nutricionistas entrevistadas e site www.saberhortifrutti.com.br
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta