Você já ouviu falar em chemsex (do inglês: chemical sex, sexo químico, em tradução literal)? O termo significa transar sob o efeito de substâncias psicoativas - ou seja, que agem no sistema nervoso central - tanto para ampliar as sensações eróticas, quanto para que a relação sexual dure mais. Mas até que ponto esse prazer prolongado vale a pena?
O sexólogo Carlos Boechat explica que, geralmente, a pessoa que usa entorpecentes como afrodisíacos é insegura e precisa se sentir desinibida e ausente de seus conflitos para conseguir ter prazer e excitação sexual. "É comum apresentarem problemas sexuais sem o uso da droga. Ou utilizam para experimentarem algo diferente já que vivem sem amor, prazer real e intenso. Usar eventualmente como curiosidade é bem diferente do que lidar sistematicamente", alerta.
O ecstasy é a terceira substância psicoativa mais usada durante o sexo, segundo estudo publicado em 2019 no Journal of Sexual Medicine. Em primeiro lugar vem o álcool, e em segundo, a maconha. "As drogas lícitas ou ilícitas funcionam de maneiras diferentes para cada pessoa, dependendo da capacidade de absorção e de aceitação da toxina. Para algumas causam excitação e em outras a depressão. A maconha, por exemplo, traz uma sensação orgásmica diferente", diz Boechat.
A sexóloga Sirleide Stinguel diz que a busca por substâncias que alteram o psiquismo e aumentam a percepção de prazer é cada vez maior. "Pessoas com dificuldades de relacionamento, baixa autoestima e inferioridade optam por esse caminho para mudar a realidade. E ao contrário do que pensam, as drogas trazem prejuízos permanentes. Existem meios saudáveis de lidar com essas ansiedades e inseguranças ao ato sexual".
Ela conta que é comprovado que o uso recorrente de componentes químicos prejudicam a saúde, desencadeando algumas doenças. "O álcool em excesso, por exemplo, retarda ou falha o processo do ciclo de resposta sexual, fazendo o homem ter dificuldade de ereção e orgasmo. Dependendo da ação da droga no organismo, ocorre disfunções sexuais. Além da questão de perda de percepções e atividades sexuais sem preservativos", alerta Sirleide.
Boechat explica que o uso da droga atrelada ao sexo pode ocasionar um vício em conseguir sentir prazer apenas sob efeito de algum psicotrópico. "Existem chances de viciar na droga e na facilidade do comportamento que deseja atingir, mantendo cada vez mais a insegurança sexual". Além disso as substâncias psicoativas podem potencializar a tendência como depressão, suicídio, alucinações e psicoses quando o usuário tem tendências familiares. "Altera o nível de consciência e o funcionamento cognitivo da pessoa, podendo inclusive ter os riscos de se fazer sexo desprotegido".
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