O início da retomada das atividades após um longo período em isolamento, mesmo ainda em meio à pandemia, traz à tona um fenômeno psicológico marcado pela angústia ou medo de voltar à rotina: a "síndrome da cabana".
Devido à expansão da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, foi necessário o isolamento social como forma de se proteger do vírus e evitar o contágio. Sem vacinas e remédios comprovados pela ciência, o período dentro de casa ainda tem um tempo indeterminado.
Segundo a psicóloga Adriana Müller, comentarista da Rádio CBN Vitória, é importante conversar sobre os sentimentos, principalmente nesse momento retomada das atividades.
Pessoas que têm a "síndrome da cabana" apresentam sinais que podem variar entre a alta irritabilidade, estresse, agressividade, inquietação claustrofóbica, angústia e desconfiança.
Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, durante o CBN e a Família desta terça-feira (28), Adriana explicou que "não é fácil sair de um estado em que a gente vivia pra outra situação". Segundo a psicóloga, "nosso cérebro se adaptou com isso. Algumas pessoas têm medo, angústia, um estresse com essa volta".
O nome da síndrome e não doença é originado de um romance do século passado. Na época, uma escritora se mudou para um lugar frio e distante. A partir daí um psicólogo começou a fazer estudos sobre os efeitos de longos períodos de confinamento.
Assim como acontece em meio à pandemia, astronautas, cientistas e até indivíduos que permanecem hospitalizados por um longo período têm a tendência de apresentar os sinais da "síndrome da cabana".
Para amenizar os problemas causados pela volta, Adriana Müller explica que conhecer o sentimento é importante.
"Tenha consciência do que está sentindo, dê nome, converse com alguém da sua casa. Comece a criar estratégias para sua segurança. A palavra mágica é respeito", ressalta.
A psicóloga acrescenta que é preciso respeitar o tempo de cada um. "É uma adaptação ao novo cenário. As pessoas sentem isso de forma diferente", disse.
Adriana Müller completa ressaltando a importância da informação, evitando controvérsias e sentimentos desagradáveis. Ao tentar voltar ao normal, o processo precisa ser "bom e tranquilo".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta