A gente vive com os olhos nas telas. Muitas vezes, até quando estamos andando, os olhos estão direcionados para baixo. Não para os pés, para os obstáculos da rua. Mas para o celular. Não vamos entrar na discussão das consequências disso para o convívio social e para a própria segurança das pessoas. A questão aqui é de saúde: já ouviu falar na Síndrome do Pescoço de Texto?
O ortopedista Marcos Robson Alves destaca entre as principais lesões causadas pelo uso em excesso do aparelho as inflamações nos tendões e a chamada Síndrome do Pescoço de Texto - ou Pescoço Tecnológico - caracterizada por dores ligadas a tensões na nuca, nos braços, no ombro e no pescoço. Confira um bate-papo em que tiramos dúvidas sobre o assunto:
Os movimentos repetitivos provocam a inflamação do tendão, causando tenossinovites. O dedo polegar é o mais acometido, devido aos movimentos de flexão e extensão dele para acessar os conteúdos da tela do celular. A coluna cervical também fica comprometida, porque a postura de olhar para a tela por muito tempo faz com que ela fique hiperestendida, o que provoca dores e torcicolos. O posicionamento repetitivo e fixo do pescoço também pode provocar hérnias de disco e artroses. Se a pessoa permanece sentada por muito tempo, entretida com o celular, também pode prejudicar a coluna lombar, ao sobrecarregá-la, o que gera dores e espasmos musculares.
Quando estão mexendo no celular, as pessoas, geralmente, e de maneira errada, curvam o pescoço para a frente e baixam a cabeça. Essa postura inadequada gera sobrecarga da coluna cervical, e a compressão excessiva das regiões dorsal e frontal do pescoço pode resultar em dores musculares, tendinites e estiramentos.
É possível manter posturas mais adequadas. Para prevenir o Pescoço Tecnológico, por exemplo, é recomendado, em vez de curvar o pescoço para olhar a tela, levar o celular à altura dos olhos. Quanto às inflamações nos tendões, há uma dica importante para não sobrecarregar o polegar: segurar o aparelho com uma mão e acessar o conteúdo com os dedos da outra mão. Fazer intervalos no tempo dedicado ao celular também é importante e, acima de tudo, evitar o excesso. Quando um hábito passa a ter reflexos negativos, é porque está deixando de ser saudável.
Há tratamento específico para cada tipo de lesão, que pode envolver uso de medicamentos e fisioterapia, por exemplo. O ideal é procurar a orientação de um médico especialista, para se chegar à melhor solução.
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