Já imaginou passar alguns dias longe da agitação da cidade grande, caminhando ao ar livre por uma trilha cercada de árvores, sem barulho, poluição, celular? Pois saiba que tem muita gente interessada em viver essa experiência, a chamada Terapia da Floresta. Um grupo de capixabas vai participar de uma espécie de retiro em busca de uma maior conexão com a natureza.
O curso, previsto para acontecer em abril, em um sítio em Marechal Floriano, na região Serrana do Estado, promete ajudar nessa missão e proporcionar uma vivência inédita para quem busca o equilíbrio entre corpo e mente.
Embora seja praticada ao vários países, Terapia da Floresta é novidade na América Latina e no Brasil também. Só é oferecida, por enquanto, em locais como Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Não se trata de nada excêntrico. A proposta aqui não é levar você para longe de qualquer contato com a civilização, numa aventura sem volta como o jovem Christopher McCandless, que largou tudo e se jogou numa jornada sem volta para dentro da natureza selvagem.
Quem explica é Carla Zorzanelli, mestra em Ciências Holísticas e guia de Terapia da Floresta que, há 15 anos, que vem trabalhando com empresas, ONGS, startups e organizações internacionais. A vivência envolve uma leve caminhada, mas não é uma caminhada tradicional. Ela é facilitada por um guia, dura de duas a três horas e, geralmente, não se percorre mais do que meio quilômetro. A ideia é a pessoa estar mais na natureza, explica ela.
Inspirada na prática japonesa Shinrin Yoku, ou Forest Bathing, a Terapia da Floresta segue o princípio geral de que é benéfico passar um tempo tomando um banho de natureza.
Segundo Carla, durante a terapia o grupo é guiado por uma série de convites sensoriais suaves, que vão ajudar cada pessoa a desacelerar e a se conectar com a natureza ao redor. No decorrer do percurso, também há momentos de silêncio e de compartilhamento do que se está sendo vivenciado, enriquecendo, assim, a experiência individual e coletiva. Muitas pessoas experimentam um contato com a natureza de uma maneira bem mais profunda do que estão acostumadas. Elas têm uma ampla gama de experiências e, ao final, são comuns a sensação de relaxamento extremo.
Mas o som do vento passando pelos galhos das árvores ou o cheiro úmido do solo da floresta podem mudar sua vida em que sentido? Bom, aí é que entra a ciência. Várias pesquisas séries têm demonstrado os efeitos benéficos desse contato direto com a natureza para a saúde física e psíquica. Vamos citar algumas:
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) e publicado na conceituada revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences associou a urbanização ao elevado número de casos de doenças mentais e constatou que uma caminhada de 90 minutos por entre árvores e arbustos pode combater a depressão.
Uma outra pesquisa publicada pela renomada revista Nature revelou que, aproximadamente, 7% dos casos de depressão e 9% dos casos de hipertensão arterial poderiam ser prevenidos com passeios semanais, de 30 minutos, em espaços mais arborizados.
A revista Environment International mostrou que mulheres que vivem perto da natureza podem adiar a menopausa em pelo menos 16 meses.
Ou seja, argumentos não faltam para você estar mais no meio do verde. Essas pesquisas mostram que estar na natureza ajuda a regular o sistema nervoso, a pressão arterial e fortalece o sistema imunológico. Além disso, reduz os níveis de ansiedade, depressão, o cansaço, a hostilidade e a confusão mental. Os resultados mostram um enorme impacto positivo para o corpo e a mente. As pessoas se sentem mais vivas, relaxadas e passam a ter um melhor humor, cita a guia de Terapia Florestal.
Ela lembra que não é preciso ir para o meio do mato para obter tais benefícios. A terapia florestal pode ser praticada na praia, na montanha, em jardins Não precisa ser numa floresta, na mata fechada. Pode ser em grupo ou feita de forma individual. Fazemos em grupos com crianças, com pessoas que levam seus animais de estimação, com grupos de empresários. Dá para fazer também com pessoas em reabilitação, por exemplo, como em tratamentos de doenças como o câncer ou de dependência de álcool e outras drogas.
Qualquer um pode buscar esse antídoto em um parque arborizado perto de casa, numa cachoeira, num sítio rodeado de Mata Atlântica. Quem quiser uma conexão mais profunda, pode recorrer à Terapia da Floresta. Claro que isso não precisa ser, necessariamente, guiado. Mas o instrutor ajuda a se conectar mais com a prática e a estabelecer essa conexão de maneira mais fácil, mais fluida, pois ele tem a técnica, observa Carla.
Os interessados em participar da Terapia da Floresta que vai acontecer no Estado pode se informar pelo telefone (27) 99950-0155 e no site www.ibiete.org.br
E você, já obteve sua dose de vitamina N hoje?
Quem quiser se aprofundar na Terapia da Floresta pode participar de um curso que será oferecido pelo Forest Therapy Institute em Ilha Grande, no Rio de Janeiro, entre os dias 30 de março e 4 de abril de 2020. O curso é voltado principalmente para pessoas que trabalham com ecoturismo ou turismo da saúde. É também indicado para quem deseja oferecer o Banho de Floresta como uma prática de bem-estar, atividades de spa ou em combinação com outras práticas de bem-estar, como o yoga, mindfulness, coaching, entre outras. Mais informações no link: https://foresttherapyinstitute.com/pt/training/formacao-de-guia-de-banhos-de-floresta-em-brasil-30-marco-4-abril-2020/
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