A informação é alarmante. Dados da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV) mostram que uma em cada quatro pessoas de sua convivência vai ter um acidente vascular cerebral. O AVC é o entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da região afetada no cérebro. A cada seis segundos alguém sofre um AVC no mundo. No mundo são 80 milhões de sobreviventes, população maior que a da França. E 80% dos AVCS poderiam ser evitáveis com medidas simples, como dieta balanceada, controle da hipertensão arterial e atividade física, explica o neurologista Igor Pagiola.
O médico conta que os principais fatores de risco estão relacionados à má qualidade de vida, como sedentarismo, obesidade e sobrepeso, má alimentação, tabagismo e consumo de álcool. "A hipertensão arterial, o colesterol alto e o diabetes são fatores de risco importantes, por isso é importante serem acompanhados regularmente", diz.
O médico aproveita o Dia Mundial Contra o AVC, comemorado neste dia 29 de outubro, para alertar a população sobre como identificar se a pessoa está tendo um AVC e como proceder. Se alguém não consegue sorrir, dar um abraço ou emitir uma mensagem, não se deve esperar melhorar os sintomas! É importante ligar o mais rápido possível para a urgência no número 192, orienta o Pagiola.
O neurologista Fábio Fieni, do São Bernardo Apart Hospital, conta que qualquer alteração neurológica de início súbito ou abrupto deve ser levada em consideração quanto à possibilidade de derrame. "Os sinais e sintomas mais comuns são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, dificuldades de fala ou de compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente", lista.
Todo AVC é uma emergência médica, por isso é importante agir rápido. A partir do início dos sintomas, o tempo para tratá-lo é limitado. No hospital, a equipe médica avaliará as características e o tipo de AVC para decidir qual a melhor forma de tratamento. "A trombólise (tratamento de dissolução do coágulo) é uma importante opção para alguns pacientes e depende criticamente do tempo de espera para o tratamento. Ele pode ser dado até 4h30 após o início do AVC, mas quanto mais precoce o tratamento é administrado, melhor é o seu efeito. Outra forma de terapia é chamada trombectomia (tratamento por cateterismo cerebral) e pode desobstruir a circulação nos casos de AVC até 8 horas do início dos sintomas e, em casos especiais, até 24 horas do início", explica Fábio Fieni.
O acidente vascular cerebral pode ocorrer em qualquer faixa etária, inclusive em crianças. "Porém é mais comum a partir dos 50 anos e a incidência tende a dobrar a cada década a partir dessa idade", conta Igor Pagiola.
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