Verão é sinônimo de praia, água de coco e exercícios ao ar livre. Entretanto, também é uma época em que os pais precisam ficar atentos ao comportamento das crianças, uma vez que as altas temperaturas podem contribuir para o aumento do número de casos de infecção urinária.
Conforme alertam os nefrologistas, nos períodos mais quentes é mais comum haver desidratação em razão da perda de líquidos pelo suor e respiração. Se os líquidos não forem repostos, por meio da ingestão de água e sucos, por exemplo, há uma menor diluição de urina e aumento de sua concentração.
Também é comum o aumento da umidade nas áreas íntimas, justamente pela transpiração, e consequentemente aumento na população de germes e bactérias que podem causar infecções, principalmente nas mulheres, que têm o canal da uretra mais curto.
"O verão pode causar aumento dos casos de infecção urinária em quaisquer pessoas. Entretanto, nas crianças isso é mais latente, pois é uma época do ano em que elas ficam mais expostas ao sol, por estarem de férias; transpiram mais e ainda têm tendência de beber menos água e ir menos ao banheiro para não perderem nenhum momento de diversão", alerta a fisioterapeuta pélvica infantil Bianca Abdalla, sócia-proprietária da Pelvicenter de Guarapari.
Segundo Bianca, os pais também costumam estar mais distraídos nesta época com seus próprios programas de diversão e acabam esquecendo de oferecer a quantidade ideal de líquidos para as crianças, que precisam de mais água do que os adultos, ou de prestar atenção se elas estão indo ao banheiro adequadamente.
"Quando estão com infecção urinária, as crianças podem apresentar sintomas como dor ou ardência ao urinar, dor no baixo ventre e aumento da frequência da urina, que pode apresentar coloração mais escura e odor fétido. Entretanto, algumas das vezes esse problema se manifesta de forma silenciosa nas crianças e aí que mora o perigo, pois ela pode subir para os rins, causando a pielonefrite e evoluir para infecção generalizada e até mesmo para óbito", enfatiza a especialista.
Para evitar o problema, Abdalla recomenda aumento da ingestão de água, ir ao banheiro sempre que sentir necessidade e, em caso de suspeita de infecção, procurar um uropediatra ou um nefropediatra.
"Se a infecção for recorrente, é importante também buscar um fisioterapeuta pélvico para uma avaliação. Porque quando as crianças têm infecção, elas costumam sentir dor ao urinar e isso pode desencadear nelas uma incoordenação na musculatura do assoalho pélvico, quando ela passa a hesitar a ir ao banheiro ao se lembrar que doeu quando esteve doente. Com isso, na hora da micção, ela contrai os músculos quando deveria relaxá-los e corre o risco de desenvolver disfunção miccional", finaliza.
Adultos também podem ter complicações como as infecções nesta época do ano. Sobretudo as mulheres, como observa o ginecologista e obstetra da Medquimheo, Cleverson Gomes do Carmo Júnior. "O transtorno é muito comum em mulheres porque a uretra feminina é mais curta e mais exposta às bactérias. Durante o verão ocorre um aumento notório no número de casos. Algumas peculiaridades da estação predispõem a isso, como o uso prolongado de roupas molhadas. Não importa o material. O problema está na umidade. Falta de hidratação adequada e maus hábitos de higiene também podem impulsionar o seu surgimento, explica.
O especialista esclarece que a infecção urinária é a presença de bactérias na uretra, bexiga ou rins, causando sintomas como ardência ao urinar, dor e desconforto local e, em casos mais graves, febre.
Para aproveitar o que o verão oferece de melhor sem sofrer com esse desconforto, algumas práticas são valiosas, segundo o ginecologista. "Secar-se bem após sair da água, trocar o biquíni molhado por uma peça de roupa seca; evitar o uso de lingeries de tecidos sintéticos; hidratar-se bem; evitar consumo em excesso de bebidas alcoólicas e uso de roupas justas demais, que dificultam a ventilação da região genital; urinar logo após relações sexuais e não 'prender' a urina quando surgir a vontade de urinar são algumas medidas que ajudam. Caso haja algum sintoma de infecção urinária ou outra infecção vaginal, é necessário procurar imediatamente um ginecologista, pontua Cleverson Gomes.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta